O termo rebuliço é normalmente empregado no cotidiano nordestino para significar um grande barulho, uma confusão.
Ontem à noite, a convite de amigos, fui conhecer o Rebuliço – Ponto de Cultura, localizado no Conjunto Habitacional de Pirangi, ao lado da lagoa de capitação. A noite era dedicada a “Mostra de arte Carlão Lima”, músico nascido no bairro que teve uma trajetória ligada ao movimento artístico da cidade de Natal.
Os Pontos de Cultura são parte de um programa de difusão e mobilização cultural estimulado pelo Ministério da Cultura que propõe que grupos organizados elaborem e executem ações artísticas em suas comunidades.
No caso do Rebuliço, a proposta é estimular a formação de novos grupos e artistas, compreendendo a arte como uma via de acesso ao conhecimento e a construção do senso crítico e criativo. O caminho do Rebuliço é através da realização de oficinas de formação nas linguagens cênicas e musical.
Acompanhei com curiosidade e atenção a seriedade do rebuliço dos jovens envolvidos com o teatro, a dança e a música. Estavam apresentando o resultado do que tinha sido aprendido nas oficinas, mas a proposta tem outras dimensões, na medida em que envolve os jovens do bairro, propiciando o contato com a arte e a vivencia de novas sociabilidades.
O teatro adentra no universo do boi de reis em um trabalho de investigação teatral/cênica em que improvisa ações com os personagens da brincadeira do folclore potiguar. A dança é experimentada como linguagem que expressa à vida – (des)vivências, os desejos, as frustrações vividas. A música explora a criação de letras e melodia a partir do tema violência.
O resultado é um belo trabalho coletivo, que mesmo sem recursos técnicos sofisticados, consegue mobilizar a comunidade, os jovens principalmente e, sobretudo realizar com dedicação um trabalho artístico criativo, reflexivo.
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