segunda-feira, 27 de julho de 2020

Terreiro de candomblé resiste à expansão imobiliária


As religiões afro-brasileiras enfrentam cotidianamente as mais diferentes formas de intolerância e desrespeito as suas crenças, práticas e tradições. Recentemente, em Belo Horizonte (Minas Gerais), uma ação chama atenção para a importância da mobilização dos grupos sociais organizados, inclusive das comunidades de terreiro, frente a um contexto que envolve poderosos interesses econômicos.
Trata-se da ameaça de construções de prédios com até 10 andares na vizinhança do ilê Wopo Olojukan, o terreiro mais antigo da cidade de Belo Horizonte. O lote que divide o quarteirão com o terreiro foi colocado à venda, o que atraiu o interesse de uma construtora, conforme publicado pelo Jornal O Tempo. A construção desses imóveis colocaria em risco a manutenção da tradição religiosa.
Uma rápida ação preventiva foi acionada pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte que publicou uma série de regras de proteção e respeito, voltadas para a garantia da continuidade da casa.
É importante ressaltar que o Ilê Wopo Olojukan foi tombado como patrimônio pela Prefeitura de Belo Horizonte em 1995, em um momento em que corria o risco de ser desapropriado.
Considero importante destacar a mobilização como forma de resistência. Tem-se no caso uma lição que pode ser tomada como referência para as comunidades de terreiro uma vez que o ocorrido não é específico de um determinado lugar, mas é uma realidade enfrentada pelo universo religioso como um todo (claro, incluindo Natal).
O Ilê Wopo Olojukan foi fundado em 1960 por Carlos Ribeiro da Silva (Carlos de Olojukan) e tem como atual dirigente o babalorixá Sidney Ferreira da Silva.

+ informação: Jornal O Tempo, 27-07-2020 (www.otempo.com.br).


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uma cidade desconhecida sob o nevoeiro

  Quando viajo, gosto de organizar uma agenda para ver o que está a acontecer na programação cultural local. Em minha recente e rápida estad...