As religiões
afro-brasileiras enfrentam cotidianamente as mais diferentes formas de
intolerância e desrespeito as suas crenças, práticas e tradições. Recentemente,
em Belo Horizonte (Minas Gerais), uma ação chama atenção para a importância da
mobilização dos grupos sociais organizados, inclusive das comunidades de
terreiro, frente a um contexto que envolve poderosos interesses econômicos.
Trata-se da ameaça
de construções de prédios com até 10 andares na vizinhança do ilê Wopo Olojukan, o terreiro mais antigo da cidade de Belo
Horizonte. O lote que divide o quarteirão com o terreiro foi colocado à venda,
o que atraiu o interesse de uma construtora, conforme publicado pelo Jornal O
Tempo. A construção desses imóveis colocaria em risco a manutenção da tradição
religiosa.
Uma rápida
ação preventiva foi acionada pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural
do Município de Belo Horizonte que publicou uma série de regras de proteção e
respeito, voltadas para a garantia da continuidade da casa.
É importante
ressaltar que o Ilê Wopo Olojukan foi tombado como patrimônio pela Prefeitura
de Belo Horizonte em 1995, em um momento em que corria o risco de ser
desapropriado.
Considero
importante destacar a mobilização como forma de resistência. Tem-se no caso uma
lição que pode ser tomada como referência para as comunidades de terreiro uma
vez que o ocorrido não é específico de um determinado lugar, mas é uma
realidade enfrentada pelo universo religioso como um todo (claro, incluindo
Natal).
O Ilê Wopo
Olojukan foi fundado em 1960 por Carlos Ribeiro da Silva (Carlos de Olojukan) e
tem como atual dirigente o babalorixá Sidney Ferreira da Silva.
+ informação:
Jornal O Tempo, 27-07-2020 (www.otempo.com.br).
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