terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Mãe Ana Avelina de Ogum, a matriarca da família Omolokô/RN

 

A Ialorixá mãe Ana Avelina de Ogum,  ANA AVELINA FIGUEIRA, 78 anos de idade, fez hoje sua passagem para o órun.  Mãe Ana é um dos nomes mais representativo da linha Omolokô em Natal. Nas religiões afro-brasileiras, Omolokô é considerada como uma linha ritual originária da nação angola e no Brasil sobressaiu especialmente no Rio de Janeiro, ligado à Umbanda. 

Foram mais de 50 anos dedicados à religião. As obrigações de iniciação foram feitas no Centro Espírita de Umbanda Ogum Iara, no Morro do Dendê, Rio de Janeiro. Com a transferência do esposo para trabalhar em Natal, veio morar na cidade e iniciou as atividades religiosas em sua residência. 

No inicio dos anos de 1980, resolveu abrir seu próprio barracão chamado de Tenda Ogum Sete Ondas e contava com o apoio do filho Wellington Gomes de Melo. Na década seguinte, em 1993, a casa passou a ser nomeada de Centro Espírita de Umbanda Omoloko de Oxossi Ilê Omulu. Atendia a sua família de santo e moradores da comunidade Alvorada. Realizava rituais semanais, consultas para clientela e comunidade. Organizava festas para os orixás e entidades da jurema durante todo o ano. 

Em 2003, a referida Tenda foi cadastrada pelo mapeamento dos terreiros de Natal, promovido pelo Grupo de Estudos Culturas Populares da UFRN. No ano de 2020 mãe Ana Avelina foi agraciada com o Prêmio Patrimônio - Mestra da Cultura Popular, concedido pela FUNCARTE/Prefeitura Municipal do Natal no âmbito da Lei Aldir Blanc.

 


Sonhada terra das palmeiras. Onde andará teu sabiá. Terá ferida alguma asa? Terá parado de cantar? (Taiguara)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Afoxé Estrela da Manhã: memória fotográfica

 


Redinha, Natal. Carnaval 2011.
 Foto: Thiago Câmara publicada no Blog Luiz Assunção em 08/03/2011.


                                                        Cidade Alta, Natal. Carnaval 2023.                                                              @carmemfelix. Foto publicada no Facebook do Afoxé Estrela da Manhã

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Afoxé Estrela da Manhã

 


Afoxé Estrela da Manhã ocupa as ruas de Natal

 

Afoxé Estrela da Manhã, bloco fundado em 2009 por jovens de casas religiosas de matriz africana de Natal e região metropolitana, realiza seu primeiro cortejo numa manhã de segunda feira de carnaval pelas ruas do bairro da Redinha, sob um misto de olhares curiosos e repreensivos dos seus moradores. Naquela manhã de carnaval a Redinha acordava com o terreiro na rua. Algo novo acontecia. Um pequeno grupo vindo de comunidades tradicionais de terreiro, vestindo branco, portando turbantes, fios de contas, acompanhados pelo som dos instrumentos musicais percussivos (atabaques, agogôs e cabaças) do Grupo Pau e Lata, dava o tom para os cantos e danças performatizadas durante o cortejo. À frente do grupo um estandarte era conduzido, identificando que o afoxé tinha nome e procedência. 

Afoxé é um cortejo de rua que tradicionalmente sai durante o carnaval, Conhecido como bloco, caracterizado como festa profano-religiosa, é uma manifestação cultural  definida principalmente por aspectos fundamentados em preceitos religiosos do candomblé e culto aos orixás.

Estar no carnaval da Redinha afirma a referência cultural do bairro enquanto importante espaço do carnaval e território da tradição afro-religiosa da cidade, mas, sobretudo que o Afoxé Estrela da Manhã é produto de um processo que se constitui nas bordas da cidade e nela se coloca como representação de valores da cultura e religião. Para o Afoxé Estrela da Manhã, estar na rua, no carnaval, no espaço público é um ato político de existência e pertencimento; um instrumento de articulação do povo de terreiro.

 

Arquivo Afro-Religioso

  Projeto de pesquisa e extensão do Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades (Departamento de Antropologia/PPGAS/UFRN), Grupo de...