domingo, 6 de maio de 2012

Povos tradicionais de terreiros se mobilizam rumo à Cúpula dos Povos

No Brasil, povos tradicionais de matriz africana enfrentam questões que afetam diretamente a preservação de sua cultura: a intolerância religiosa e o desenvolvimento urbano desenfreado.
Ativistas do movimento afro-religioso apontam a expansão do espaço urbano como um dos principais fatores para a perda de seus templos, os terreiros. O desenvolvimento urbano incide como grave problema na preservação dos terreiros à medida que esses povos deixam de receber apoio do governo. Os movimentos reivindicam políticas públicas voltadas tanto para a conservação desses espaços quanto para a própria comunidade afro-religiosa.
“Toda religião tem seu templo. Os católicos e evangélicos, por exemplo, têm as igrejas. Os muçulmanos, as mesquitas. E nós, os terreiros. Enquanto outras religiões são reconhecidas pela sociedade, as religiões afro-brasileiras não são valorizadas e, por isso, não recebem nenhum tipo de apoio do governo para que mantenham seus territórios sagrados”, explica KikaBessen, representante da Confederação Nacional de Entidades Negras (Conen).
Os terreiros de candomblé e de outras vertentes religiosas não são apenas locais de ritos espirituais. Tradicionalmente, também são áreas de cultivo de ervas medicinais. Por isso, os movimentos afro-religiosos entram, ainda, na luta pela preservação do meio-ambiente.
Na Cúpula dos Povos, entidades pretendem apresentar um documento sobre os direitos dos povos afro-religiosos.


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