No
Brasil, povos tradicionais de matriz africana enfrentam questões que afetam
diretamente a preservação de sua cultura: a intolerância religiosa e o
desenvolvimento urbano desenfreado.
Ativistas
do movimento afro-religioso apontam a expansão do espaço urbano como um dos
principais fatores para a perda de seus templos, os terreiros. O
desenvolvimento urbano incide como grave problema na preservação dos terreiros
à medida que esses povos deixam de receber apoio do governo. Os movimentos
reivindicam políticas públicas voltadas tanto para a conservação desses espaços
quanto para a própria comunidade afro-religiosa.
“Toda
religião tem seu templo. Os católicos e evangélicos, por exemplo, têm as
igrejas. Os muçulmanos, as mesquitas. E nós, os terreiros. Enquanto outras
religiões são reconhecidas pela sociedade, as religiões afro-brasileiras não
são valorizadas e, por isso, não recebem nenhum tipo de apoio do governo para
que mantenham seus territórios sagrados”, explica KikaBessen, representante da
Confederação Nacional de Entidades Negras (Conen).
Os
terreiros de candomblé e de outras vertentes religiosas não são apenas locais
de ritos espirituais. Tradicionalmente, também são áreas de cultivo de ervas
medicinais. Por isso, os movimentos afro-religiosos entram, ainda, na luta pela
preservação do meio-ambiente.
Na
Cúpula dos Povos, entidades pretendem apresentar um documento sobre os direitos
dos povos afro-religiosos.
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