Trânsitos, saberes e tradições:
Identidade,
mercado religioso e transações de conhecimento em um terreiro de candomblé na
cidade de João Pessoa.
João Paulo da Silva
Orientadora:
Dra. Maria Lúcia Bastos Alves (UFRN-PPGCS)
Participantes
da banca de avaliação: Dr. Adriano de León (UFPB), Dra. Maristela oliveira de
Andrade (UFPB), Dra. Julie Cavignac (UFRN) e Dr. Luiz Assunção (UFRN).
RESUMO:
O presente
trabalho teve como objetivo entender como se estabeleciam trajetórias
religiosas frente aos processos de transformação e mudança que nas últimas
décadas têm caracterizado o campo afro-religioso brasileiro, em especial
através da inserção do candomblé na arena política e os efeitos dessa inserção
em projetos de “reafricanização” de terreiros. O esforço empreendido foi de
natureza qualitativa, com vistas à construção de uma narrativa etnográfica capaz
de entrever as linhas de fuga, tensão as práticas de enunciação e os deslizes
entre sentidos acionados por sacerdotes e adeptos na forma como entendiam suas experiências.
O lócus de pesquisa foi o Ilê Asè Opô
Omidewá, um dos terreiros de candomblé mais prestigiados de João Pessoa,
liderado por Mãe Lúcia de Omidewá. No seu processo de remissão estética,
política e ritual à África, o Ilê Asè Opô Omidewá havia produzido uma economia
linguística ambivalente para lidar com aspectos materiais e simbólicos que ordenavam
a coerência das práticas religiosas às demandas dos mercados e clientes que
garantiam sua atratividade e persistência. A pesquisa mostrou como era
particularmente potente discutir como ideias relativas à autenticidade e à
tradição embutidas no processo de “reafricanização” eram polissêmicas e
constituídas em um espaço semântico marcado por percepções ambivalentes e conflituosas
sobre transformação, conservação, reiteração e identidades.
Dia: 21 de junho de 2017
Horário: 14 horas
Local: UFRN, Auditório do CCHLA (térreo)
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