segunda-feira, 12 de junho de 2017

RAM 2017


XII Reunião de Antropologia do MERCOSUL

Grupo de Trabalho
Etnografias do pós-colonialismo: aportes desde a antropologia 

José Maria da Silva - Universidade Federal do Amapá
jmsilva.mcp@gmail.com

Ladislao Landa Vasquez - Universidade Federal da Integração Latino-Americana
 
Resumo
Diversos autores têm evidenciado em seus estudos a pertinência do pós-colonial na América Latina. Tais análises indicam que representações, estereótipos e hierarquias geradas no período colonial nessa região se apresentam em estruturas sociais modernas e contemporâneas, estabelecendo novas formas de poder. Tais estudos têm inspirado novas abordagens sobre a pós-colonialidade em diferentes disciplinas das ciências humanas, inclusive na antropologia. A perspectiva de avanço em estudos antropológicos sobre essa temática – atual e inovadora – justifica a proposta deste GT. Além disso, busca-se ampliar o horizonte de pesquisa antropológica nessa área, com a perspectiva etnográfica sobre a América Latina, em particular na região sul-americana. 

A proposta deste GT Pretende indagar de que modo representações e relações de poder coloniais estabelecem hierarquias e mecanismos de subalternidades na contemporaneidade latino-americana. Assim, as questões fundamentais a levantar são: como a antropologia latino-americana se apresenta no debate pós-colonial? Quais são os aportes dos antropólogos latino-americanos nas questões da pós-colonialidade? É possível identificar processos de decolonialidade na América Latina?

O GT pretende congregar trabalhos etnográficos e analíticos que apresentem contribuições antropológicas aos estudos pós-coloniais. Interessa a este GT análises sobre formas de representações de alteridades e hierarquias sociais derivadas do colonialismo, análises sobre raças e grupos étnicos no âmbito do Estado-nação, a pertinência da mestiçagem, questões de gênero, modos de conhecimento e suas configurações no campo pós-colonial. Os estudos antropológicos podem ter como fonte de análises as expressões das artes de um modo geral – representações na literatura, no cinema, entre outros –, bem como das relações sociais concretas nas quais se apresentam relações de alteridades, com estereótipos, discriminações, subordinações e violências como meios de dominação e de poder. No âmbito da globalização, por exemplo, o circuito do turismo internacional é um dos fenômenos sociais contemporâneos que coloca pessoas de diferentes modos de vida em contato, estabelecendo na maioria das vezes discursos exotizantes (pautados em estereótipos) sobre o Outro – indígenas, camponeses e populações tradicionais de um modo geral. Tais discursos, na maioria das vezes, redimensionam nos dias atuais o exotismo colonial na exploração de imagens e discursos sobre populações nativas da América Latina. Não obstante, o GT pretende receber contribuições etnográficas sobre as mais diferentes formas de relações e representações que colocam em questão as perspectivas coloniais e decoloniais na América Latina – em especial nos países da América do Sul.

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