quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Pesquisa concluída


ABENÇOADA CURA:
POÉTICAS DA VOZ E SABERES DE BENZEDEIRAS
 
Lidiane Alves da Cunha
 
 
Esta pesquisa se propõe a adentrar neste duplo universo: o aspecto mágico/religioso dos saberes das benzedeiras e o papel da palavra enquanto elemento de cura. Esse conhecimento híbrido, das quais somente estas são conhecedoras, se faz presente e se performatiza no instante, em que visível e invisível irão compor as palavras das benzedeiras, que modificam, transformam e atualizam seus saberes de cura como forma de resistência. A partir das orações pronunciadas nos rituais de cura, elas performatizam a palavra, a voz, as narrações e memórias. O objetivo é alcançarmos essa fonte de saber existente na oralidade, a benzeção, desvendando esse saber, pois mais do que o significado literal, as palavras têm o poder de curar, sem a necessidade de possuir uma função definida, bem como de ser um saber transmitido em contextos em que a poética da voz se faz presente. É através da análise teórica dos textos, da etnobiografia e observação participante que buscamos nos aproximar do campo de atuação das benzedeiras nas cidades de Natal, Parnamirim e Mossoró ­ RN. Observou-se que esse saber, ao contrário do que se imagina, tem se atualizado enquanto sobrevivência de um poder de cura e de saberes que se perpetua pelo tempo nas mãos e performances de mulheres que o executam ao longo dos anos como um ofício.
 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O silêncio que habita


O silêncio que habita é o nome do mais recente livro de poesias de Chumbo Pinheiro, pseudônimo de Luís Pereira da Silva, poeta e articulista, servidor público municipal e aluno do curso de ciências sociais da UFRN. Anteriormente publicou A tua mão, além de participação em coletâneas e em textos publicados em jornais, blogs e revistas virtuais.  

Gosto da forma como traduz a vida e sentimentos guardados, expressos em seus escritos. Fala das adversidades da vida, mas também do amor e dos desejos. Escolhi algumas passagens do livro.

 

POEMA III

 

Sou pássaro de ébano

Voando alto

Do alto das dunas

Tenho miragens

Escrevo poema

Faço canção

E pinto paredes

Com sons musicais

Descendo a ladeira

Incomodo os mortais

Meu traje a rigor

Para a festa da vida

Supero a dor

Cicatrizo feridas

Carrego nas cores

Penas coloridas

Pago a pena

Desta vida sofrida.

Sou pássaro de ébano

Voando na vida.
 

 

MIDIÁTICOS

 

Cansei destas caras

De babacas

De baratas

Destas televisuais

Virtuais

Epidêmicas

Brilhos superficiais

Zumbis por fora e por dentro

Sepulcros vazios

Ou repletos de restos mortais.

 

 

 

Na madrugada

Comi pães azuis

No amanhecer

Bebi a luz

No poente

Deliciei crepúsculos

Saciei-me na brisa

Vivi.

domingo, 26 de novembro de 2017

LIVRO EM HOMENAGEM A CLAUDIA FONSECA

Etnografia, o espírito da Antropologia. Tecendo linhagens. Homenagem a Claudia Fonseca.  

Disponível e e-book. Link direto para a página do E-book (gratuito):


http://www.unisc.br/pt/home/editora/e-books?id_livro=464


Áltera Revista de Antropologia


Publicado o novo numero da Áltera Revista de Antropologia (PPGA/UFPB), Dossiê Manifestações culturais: tradições em movimento.

http://periodicos.ufpb.br/index.php/altera/index


sábado, 25 de novembro de 2017

Riacho, uma exposição etnofotográfica


Riacho


No início dos anos de 1980 estabeleci contatos com os moradores do Riacho visando realizar uma pesquisa que tinha como objetivo compreender as condições de vida e, como em um contexto tão adverso de existência social, eram construídos processo identitários. Em última instância, interessava saber o que significava ser negro, particularmente, ser negro do Riacho em um mundo branco.
Conheci a terra, as pessoas e seu cotidiano de dificuldades, mas também de alegrias. Entendi o valor que a terra possuía para aquela gente, como também o trabalho de produzir a louça e o sentido de festejar. Os sessenta dias que passei no Riacho foram ricos em conhecimentos, em um aprender no diálogo compartilhado com Joana Caboclo, Tereza Preta, Maria Dalva, Daliça, Zé Banda, Joaquim Baixo, entre outros.
Somente na última semana foi que percebi que não tinha feito nenhuma imagem fotográfica. Mais que isso, senti a necessidade de fazer o registro para a memória futura. Providenciei um filme de vinte poses para uma máquina Kodak, muito simples, sem nenhuma exigência técnica e fiz o registro de algumas cenas do cotidiano. Lembro que todos queriam ser fotografados. Foi um momento de alegria. Revendo as fotografias, penso na sua importância para a memória do grupo.
Este processo de pesquisa resultou no livro “Os negros do Riacho: estratégias de sobrevivência e identidade social”, publicado em 2009 pela Editora da UFRN.

Seminário de Pesquisa