Racismo religioso
A intolerância religiosa não é um fenômeno recente. A história registra e nos faz conhecer alguns desses terríveis momentos. Apenas para ficarmos no cenário potiguar cito o registro de Cascudo no livro “Meleagro” que narra a prisão de casal por praticar ritual do catimbó-jurema e que são obrigados a realizar o ritual na própria delegacia. Conheci alguns dos antigos religiosos afro-brasileiros de Natal que narravam proibições, perseguições, prisões, por praticar a religião. Seu Geraldo Guedes, Babá Karol, Geraldo do Caboclo, dona Olívia Muniz, já falecidos. Seu José Clementino, do bairro das Rocas, lúcido, em seus 80 e poucos anos, pode contar essa história. Os religiosos que estão aqui também têm seus registros da intolerância vivida. Se pessoalmente não viveu, no mínimo conhece alguém vítima da intolerância religiosa. Essas pessoas têm nome, endereço; são trabalhadoras e trabalhadores; pagam impostos. A primeira vez que ouvi um desses rela...