O antropólogo Luiz Assunção, professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), também enxerga na pluralidade a marca da jurema. É uma herança indígena que se misturou com influências africanas e catolicismo popular. A religião oficial, no entanto, sempre condenou o catimbó como feitiçaria e culto demoníaco. Foi a semente da perseguição policial contra seus praticantes e os da umbanda. "A jurema sempre existiu como prática ritualística, foi passando, passando, e chegou às populações urbanas, mas a intolerância fez com que se fechasse como prática de pequenos grupos em torno de um mestre vivo, em consultas individuais", diz o antropólogo potiguar, autor do livro "O Reino dos Mestres: a Tradição da Jurema na Umbanda Nordestina" (Pallas). Para Assunção, a sobrevivência da jurema teve a ver com o descaso do Estado perante os pobres das cidades nordestinas. Sem acesso adequado a serviços de saúde, eles recorriam a consultas com os mestres, grandes c...