Estamos perante o inusitado do gênio.
A dupla personalidade musical de um artista que transita entre dois destinos: o que as circunstancias lhe propuseram e o outro que ele constrói por conta própria.
Nascido Sebastião Barros num 20 de janeiro de 1917 em Taipu, Rio Grande do Norte, torna-se K-Ximbinho, neste Rio outro, o de seu padroeiro, e que escolhe para si junto com o apelido que definiria seus anseios mais profundos.
Começou a fazer música com a requinte (pequena clarineta) na Associação dos Escoteiros do Alecrim de onde segue para a Panjazz como estudante secundário e descobre o saxofone alto na banda do serviço militar.
Estréia profissionalmente aos 18 anos com a Orquestra Tabajara, em sua primeira fase ainda no Nordeste brasileiro, onde permaneceria até 1942. Muda-se para a cidade do Rio de Janeiro. Toca nas orquestras de Fon-Fon e Napoleão Tavares em bailes de formatura e debutantes, enquanto inspira-se nas formações jazzísticas da West Coast e nos arranjos de Chico Hamilton e Günter Schüller para apresentar-se nos concertos de jazz, década de 50, onde liderava seus arranjos improvisados.
Estuda harmonia e contraponto com o mítico Hans Joachim Koellreutter durante o dia e a noite nas boates Night and Day e Béguin ou no Avenida Dancing continuaria improvisando horas inteiras.
O Rio que continua de Janeiro para todos terminou para ele em 26 de junho de 1980. Nem Sebastião, nem K-Ximbinho esvaneceu-se no anonimato.
Restaram obras belíssimas conhecidas de poucos.
(Fragmentos do texto escrito por Halina Grynberg em 2002 para o encarte do CD Paulo Moura K-Ximblues).
No livro "Orquestra Tabajara de Severino Araújo" de Carlos Coraúcci, editado pela Companhia Editora Nacional, o perfil de K-Ximbinho é tratado com muito esmero. Eu sugiro a leitura.
ResponderExcluirGrande abraço
Bete Freitas
Musicóloga
Prezada Bete: informo do prazer de sua visita ao Blog, como tb pela sugestão de leitura. Pode ter certeza que irei procurar este livro. Abraço. Luiz Assunção.
ResponderExcluir