O Itamaraty concedeu passaportes diplomáticos para o chefe da Igreja Internacional do Reino de Deus, pastor Romildo Ribeiro Soares, conhecido por R. R. Soares, e para sua mulher, Maria Madalena Bezerra Soares.
A questão em torno desta concessão é que nenhum dos dois exerce atividade parlamentar ou tem ligação com a instituição. O portador de passaporte diplomático tem tratamento privilegiado nos aeroportos e alfândegas, como dispensa da fila para obtenção do visto de entrada ou saída e da revista da bagagem. Pela lei, o passaporte diplomático deve ser concedido somente a funcionários do governo ou a autoridades que viajam em missão oficial representando o Brasil.
Segundo o Itamaraty, os passaportes foram concedidos a pedido do Senado via documento emitido pelo gabinete do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Crivella é sobrinho do pastor e sua mulher, cunhada do chefe da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo.
Em janeiro desse ano, a presidente Dilma Rousseff tentando tornar mais rígida a lei sobre os passaporte especiais, determinou a obrigatoriedade da divulgação no Diário Oficial da União do nome dos favorecidos.
É lamentável assistirmos passivamente a mais esse ato de favorecimento político. Se fosse um representante de qualquer religião de matriz africana, qual seria a reação da população de fieis das igrejas evangélicas? Não tenho absolutamente nada contra os adeptos e seus pastores, o que não dá para admitir é a concessão de favores a amigos e familiares. No fim das contas, é um tipo de corrupção que nada tem a ver com escolha religiosa, não é verdade?
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