terça-feira, 27 de agosto de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Aracaju
Nesses últimos dias do mês de agosto estarei em Aracaju – SE participando
do exame final de dois alunos do curso de pós-graduação em Antropologia, da
Universidade Federal de Sergipe.
Os trabalhos versam sobre o universo religioso afrobrasileiro e têm como
título:
“O candomblé xoroquê em Alagoas: uma introdução ao estudo dos símbolos
nos espaços rituais do terreiro de Pai Manoel”, cuja autora é Vanessa Silva dos
Santos.
“Da fé à festa: uma análise ritual, simbólica e performática das festas
de largo e festejos do Bonfim”, de Cláudio Gomes da Silva Júnior.
domingo, 25 de agosto de 2013
Os tambores tocam para as moças
Durante este período são constantes as festas para as moças, como são
chamadas as entidades espirituais pombagira, em praticamente todos os terreiros
da cidade. Nesses rituais a personagem feminina domina a cena, ou melhor, a
festa é para ela. Faz-se vestidos especiais, rodados, cores fortes, exibidos
para o público participante do ritual e do ato performático.
Ontém estive na festa das moças do Centro Espírita Caboclo Cobra Coral,
casa de Eudes Araújo, no bairro do
Jardim Progresso. Eudes e dona Neide (da casa de Angola Benguê) tinham me
telefonado informando e fazendo o convite para a festa. Como não conhecia o
local, saí cedo de casa, por volta das 16 horas (a festa teve início por volta
das 20 horas) e acabei acompanhando a arrumação final do salão. O espaço do
terreiro, ainda em construção, é bastante grande e no salão tem destaque o
tronco da jurema no centro do salão e a cruz do cruzeiro colocada no pegi.
A festa foi muito concorrida, com a participação dos frequentadores do
terreiro, pessoas da comunidade e alguns sacerdotes como Claudinho Pascoal,
Sérgio de Iemanjá (do bairro de Salinas), Itamar e Chiquinho, do Jardim
Progresso.
sábado, 24 de agosto de 2013
Democracia e desenvolvimento sem racismo
O ofício do povo iorubá e demais povos africanos de
guardar e contar as histórias vividas pode ser tomado como uma bela lição para não
perder de vista os acontecimentos do presente.
O processo de exclusão econômico e social da
população negra, deliberado no projeto de modernidade da nascente república
brasileira, em 1889, remove-os das ruas, dos mercados, do processo produtivo.
Uma ideologia preconceituosa e negativa, com consequências até os tempos
atuais, ganha forma no expurgo de traços africanos da cultura brasileira. A
prática do batuque e da capoeira são proibidas, assim como a religião.
Em diferentes períodos históricos essa ideologia
vai sendo atualizada, ganhando novos contornos, escamoteando situações vividas
pela população negra e mantendo o tom preconceituoso. A emergência da
organização política negra e o papel do movimento social será fundamental para
a ação e as conquista a partir dos anos de 1980, contexto da redemocratização
brasileira.
Algumas conquistas são garantidas com a
Constituição de 1988, como:
O Artigo V da Constituição, que garante a liberdade
de reunião, de culto e de liturgia. São direitos constitucionais.
O Código Penal brasileiro poibe a pertubação de
qualquer culto religioso.
A Lei Caó (7.716) de 1989, tipifica racismo como
crime; pune os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
O Decreto 4.887 de 2003, define os procedimentos
para a execução de delimitação, demarcação e titulação das terras das
comunidades quilombolas.
A Lei 10.639 (2003) e, posteriormente, a Lei 11.645
(2008), estabelece o ensino da história da África e da cultura afrobrasileira e
indígena nos sistemas de ensino.
O Estatuto da Igualdade Racial, as políticas
afirmativas e demais políticas públicas.
No entanto, essas conquistas merecem atenção
permanente, por sua fragilidade de execução, pela falta de interesse de muitos
em fazer valer o amparo legal, pelo racismo institucional que dificulta o
trâmite de processos, por exemplo. Nunca é demais lembrar que determinados segmentos
do Congresso Nacional anseiam modificar o Decreto 4.887 ou as barreiras formadas
para a implantação da Lei 11.645 nas escolas. É fundamental a garantia dos
direitos conquistados, das populações negra, indígena, cigana, dos grupos
religiosos e demais grupos sociais que vivenciam percursos históricos de
subalternidade. E esse caminho é o da organização social. Os grupos precisam
reforçar sua organização e ficarem atentos as dinâmicas dos contextos políticos.
Considero dois pontos fundamentais:
1)
Assegurar as conquistas, lutar por seus desdobramentos e garantir
outras, novas conquistas, sem perder a perspectiva de uma sociedade democrática
e plural.
O caminho a ser perseguido é o da construção de um
sujeito histórico e político. Os diversos atores sociais (e os grupos) devem
viver a sua historicidade, refletir permanentemente sobre seu processo de vida;
vivenciar a ação e reflexão política e desenvolver políticas de identidade.
2)
Garantir a construção de uma escola plural, democrática, de qualidade,
que combata o preconceito, o racismo e todas as formas de discriminação,
respeitando e valorizando as diferenças que fazem a cultura da sociedade
brasileira.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Campanha. Eu já assinei.
Caros amigos,
Vendida como noiva aos 12 anos, Sahar Gul vivia em uma casa do terror. Os parentes
de seu marido a mantinham presa no porão, espacavam-na com canos de ferro quente e
deixavam-na passar fome. Quando ela se recusou a se prostituir para conseguir
dinheiro para eles, seus torturadores arrancaram suas unhas.
A sentença dos seus agressores foi reduzida a apenas 1 ano de prisão e eles estão
livres novamente! Pior ainda: a Câmara dos Deputados de seu país aprovou uma lei que
proíbe que membros da família dos agressores testemunhem a violência em um tribunal.
Isso fará com que inúmeras crianças e mulheres jamais consigam Justiça para seus
casos.
Temos poucos dias para impedir este ataque aos direitos das mulheres. Em outras
oportunidades, o Senado afegão já conseguiu barrar projetos assim e funcionários de
alto escalão nos disseram que a comunidade da Avaaz pode dar o empurrão de que eles
precisam para ajudar a barrar essa proposta antes que ela seja levada a plenário
para votação. Assine a petição com urgência -- quando alcançarmos 1 milhão de
assinaturas vamos lançar uma campanha publicitária local com foco nos principais
Senadores até que essa proposta seja enterrada:
https://secure.avaaz.org/po/justice_for_afghan_women_loc/?bCTMcbb&v=28383
Vendida como noiva aos 12 anos, Sahar Gul vivia em uma casa do terror. Os parentes
de seu marido a mantinham presa no porão, espacavam-na com canos de ferro quente e
deixavam-na passar fome. Quando ela se recusou a se prostituir para conseguir
dinheiro para eles, seus torturadores arrancaram suas unhas.
A sentença dos seus agressores foi reduzida a apenas 1 ano de prisão e eles estão
livres novamente! Pior ainda: a Câmara dos Deputados de seu país aprovou uma lei que
proíbe que membros da família dos agressores testemunhem a violência em um tribunal.
Isso fará com que inúmeras crianças e mulheres jamais consigam Justiça para seus
casos.
Temos poucos dias para impedir este ataque aos direitos das mulheres. Em outras
oportunidades, o Senado afegão já conseguiu barrar projetos assim e funcionários de
alto escalão nos disseram que a comunidade da Avaaz pode dar o empurrão de que eles
precisam para ajudar a barrar essa proposta antes que ela seja levada a plenário
para votação. Assine a petição com urgência -- quando alcançarmos 1 milhão de
assinaturas vamos lançar uma campanha publicitária local com foco nos principais
Senadores até que essa proposta seja enterrada:
https://secure.avaaz.org/po/justice_for_afghan_women_loc/?bCTMcbb&v=28383
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Agosto da Alegria
Programação
imperdível no Agosto da Alegria:
Pastoril
de Dona Joaquina, de São Gonçalo do Amarante
Chegança,
de Vila Flor
Amanhã,
dia 22 de agosto, 18 horas, no Teatro Alberto Maranhão
Entrada
Franca
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Agenda: 20 de agosto, às 18 horas, na Livraria do Campus = Laçamento de livros
Notícias sobre o lançamento.
Leiam as matérias publicadas nos jornais Tribuna do Norte e Jornal de Hoje:
Leiam as matérias publicadas nos jornais Tribuna do Norte e Jornal de Hoje:
domingo, 18 de agosto de 2013
Um Barco
Um Barco: experiências etnográficas e diálogos com as culturas
populares.
Organização: Luiz Assunção. Editora da UFRN, Natal.
O livro apresenta o resultado de estudos realizados por treze alunos dos
cursos de pós-graduação em Ciências Sociais e Antropologia da UFRN, que
realizaram suas pesquisas e reflexões conceituais, em diferentes períodos no
decorrer desta última década, tendo como base, o Grupo de Estudos sobre
Culturas Populares, coordenado pelo professor Luiz Assunção. O livro, cumpre,
simultaneamente, o papel de dar visibilidade ao fruto do esforço construído por
cada pesquisador e o de celebrar a ação acadêmica efetivada no trabalho de
orientação e de formação intelectual. Os temas objeto das dissertações e teses
enfocados nesta edição situam-se no campo de estudos das religiões (catolicismo
popular, afro-brasileira), das formas de expressão artística (música, teatro,
artesanato, dança) e da etnicidade (ciganos).
Texto escrito na contracapa do livro:
"Barco é o termo usado no Candomblé para designar um grupo de iniciados no caminho do santo. Significa entrar em camarinha - recolher-se para receber ensinamentos, aprender regras, compreender códigos, realizar as primeiras obrigações. Um Barco nomina, ainda, a solenidade festiva, quando um sacerdote (babalorixá ou ialorixá) apresenta seu grupo de iniciados a comunidade religiosa. Este Barco que apresento é tripulado por 13 alunos dos cursos de pós-graduação em Ciências Sociais e Antropologia Social da UFRN, que realizaram suas pesquisas, em diferentes períodos no decorrer desta última década, tendo como porto de ancoragem o espaço do Grupo de Estudos sobre Culturas Populares. Os temas abordados situam-se no campo das religiões (catolicismo popular, afro-brasileira), das formas de expressão artística (música, teatro, artesanato, dança) e da etnicidade (ciganos)".
sábado, 17 de agosto de 2013
Da minha folha
Da minha folha: múltiplos
olhares sobre as religiões afo-brasileiras.
Organização: Luiz Assunção. Arché Editora, São Paulo.
Fruto de uma parceria com a Faculdade de Teologia
Umbandista de São Paulo, este livro reúne um conjunto de trabalhos dedicado às
religiões afro-brasileiras, numa tentativa de aproximar diferentes formas de
compreensão do fenômeno religioso, seja do ponto de vista acadêmico-científico,
seja do ponto de vista teológico. O que
salta aos olhos é a fluidez com que estes pontos de vista se entrecruzam e
mostram que a diversidade religiosa no Brasil é um fato tanto na prática como
na teoria. o livro apresenta variadas abordagens sobre as diferentes
constituições religiosas existentes ao longo do país: a tradição da Mina
maranhense, a jurema nordestina, a umbanda do sudeste. Os planos se intercalam
e o leitor poderá perceber a enorme importância social que têm essas
reliiosidades de origem africana, em diálogo com as tradições católicas e
indígenas, no cotidiano de milhões de brasileiros. Como religiões que integram
corpo, mente e espírito, o mérito deste livro está em ressaltar a dinâmica
desse processo integrativo, no qual as noções de saúde e doença, ordem e
desordem, equilíbrio e ruptura são vistas como um contínuo entre sagrado e
profano, natureza e cultura (texto da contra-capa, escrito por Vagner Gonçalves - USP).
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
II Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial
II Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial
Região Metropolitana de Natal - RN
Tema - Democracia e desenvolvimento sem racismo: por um Brasil
afirmativo
Dia: 20
de Agosto de 2013
Horário: 08
horas
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Ato fotográfico
O encontro "Ato Fotográfico" aconteceu hoje a noite no Auditório do Laboratório de Comunicação, do Curso de Comunicação e Jornalismo da UFRN. Auditório lotado, alunos participando do debate, super instigante. O tema sobre cultura popular foi exposto inicialmente pelo fotografo Rodrigo Sena, que falou sobre seu processo de trabalho, expondo através de diferentes imagens captadas em grupos folclóricos e festas populares do Nordeste brasileiro. Na sequência, participei expondo sobre uma leitura conceitual para pensar as culturas populares na sociedade contemporânea.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Luiz Campos, o poeta “faminto” se foi
Tristíssima notícia recebi agora do cordelista Crispiniano Neto. Acaba
de falecer Luiz Campos, dos maiores poetas populares de Mossoró e deste Rio
Grande sem sorte. Visitei sua casa já faz oito anos. Fazia o mapeamento cultural
para a Revista Preá. Afirmo sem medo: foi o personagem mais impressionante que
entrevistei em todas as edições e municípios que cobri para a revista. Não só
pelo talento, mas pela miséria com que vivia. Havia um abismo entre seu
talento e sua situação de moradia, de vida. Era incompreensível para mim um
poeta daquela magnitude sofrer tanto. E nos anos que se seguiram não foi tão
diferente. Não fosse a ajuda da lei do Patrimônio Vivo, criada pelo deputado
Mineiro e implementada na gestão de Crispiniano Neto, teria morrido na miséria
absoluta. No fim da vida, nenhuma das tantas mulheres com que viveu. Nenhum
filho. Quase ninguém sequer para levá-lo ao banheiro quando precisava. Enfim,
tentar fazer aqui uma matéria para publicar no portal e explicar o “faminto” do
título e outros detalhes de sua vida e da forma como morreu.
Sérgio Vilar
(texto transcrito do Blog de Sérgio Vilar: http://portalnoar.com/sergiovilar/).
Deífilo, justa homenagem
Deífilo Gurgel, natural da cidade de Areia Branca-RN, poeta, escritor, folclorista, cidadão natalense.
Durante o período em que foi funcionário da Fundação José Augusto, conheceu e manteve permanente contato com os grupos folclóricos do Estado do Rio Grande do Norte. Desta relação, Deífilo desenvolveu um permanente compromisso em defesa e respeito pela cultura popular. Sua ação e o trabalho intelectual levado adiante o fez merecedor de reconhecimentos por parte dos brincantes, dos seus pares, amigos e da sociedade.
Foi presidente da Comissão Estadual de Folclore.
Escreveu belos livros, como: Manual do Boi Calemba, João Redondo, teatro de bonecos do Nordeste, O reinado de Baltazar.
Seu livro "Espaço e tempo do folclore potiguar" é referência permanente para professores e alunos das escolas potiguares.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Makumby
Nota de
pesar pelo falecimento da Yalorixá Makumby.
A
Yalaorixá Yá Makumby Vilma Santos de Oliveira era militante do movimento negro
em Londrina há mais de 30 anos. Bastante conhecida nos movimentos sociais, ela
foi uma das que lutou pelo sistema de cotas nas universidades de Londrina. Mãe
de Santo, era uma liderança também na religião do Canbomblé.
domingo, 4 de agosto de 2013
Benedito Fumaça
Festa para Benedito Fumaça, realizada ontém a noite na casa de Pai Aurino (Cidade Nova), sob a direção de Pai Freitas, reuniu mais de uma dezena de sacerdotes da cidade de Natal, convidados de João Pessoa, Alhandra, Recife, Rio de Janeiro e grande público vindos de diferentes terreiros da cidade.
.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Contemplados com o Mérito Deífilo Gurgel
Instituições:
- Nação
Potiguar
-
Comissão Estadual de Folclore
- Conexão
Felipe Camarão
Brincantes:
- Congos
de Calçola (Ponta Negra)
-
Caboclinhos de Ceará-Mirim
Estudiosos:
- Luiz
Assunção
- Paulo
Bezerra
- Ana
Maria Cascudo
- Iaperi
Araújo
- Antônio
Marques
Homenagem
pelo trabalho de musicalização de jovens:
- Maestro
Humberto Bembem
Homenagem
pela tradição da cultura afrobrasileira no RN
- Maria da
Glória Silva (Mãe Nem)
In-Memorian:
- Chico
Daniel
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