Ao chegar às
margens do rio Paraguaçu, que banha a cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano,
algo me chamou atenção: dois belos ramalhetes de flores, um na cor amarela e
outro branco, estavam sendo retirados de um automóvel e colocados em um pequeno
barco. Imediatamente pensei em algo e a partir daí não pude conter minha visão,
fiquei preso àquela cena, acompanhando o seu desenrolar. Tinha ido apreciar o
cenário e estava também em busca de um clima que amenizasse o calor daquele
início de tarde. Com cuidado os ramalhetes vão sendo arrumados no barco. Os
dois homens se posicionam e um deles põe um dos ramalhetes sobre as pernas. Com
delicadeza e maestria um dos homens vai fazendo o barco se mover, lentamente,
em busca de um caminho. Segue para a parte central do rio e em linha reta vai à
busca de uma pedra existente lá no final, onde a vista alcança e bem próximo de
onde o rio faz uma curva.
Pergunto para a mulher proprietária do bar onde me
encontrava sentado a apreciar a cena: para onde aqueles homens estavam levando os
ramalhetes de flores?
E ela rapidamente responde: estão levando para
Iemanjá.
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