sexta-feira, 31 de julho de 2015

Livro


Lançado recentemente pela Editora da UFMA, “Um caso de polícia! Pajelança e religiões afro-brasileiras no Maranhão (1876-1977)”, é fruto de pesquisa documental realizada pelo grupo de pesquisa coordenado pela professora Mundicarmo Ferretti.

O livro não trata apenas da repressão policial, mas de um amplo contexto sociocultural em que as diferenças religiosas eram submetidas a diversos tipos de violência. A primeira parte do livro apresenta trabalhos baseados em pesquisas de jornais realizadas em arquivos de instituições maranhenses, com o intuito de analisar problemas enfrentados pela população negra do Maranhão e “testemunharam” a repressão policial a antigos terreiros de mineiros, terecozeiros, curadores e pajés. A segunda parte do livro reúne 319 matérias publicadas em jornais maranhenses, transcritas geralmente de sessão policial, daí o título escolhido para a obra “Um caso de Polícia!”   

terça-feira, 28 de julho de 2015

As cores do sagrado


Passando por Recife, encontrei um tempo e fui ver a exposição Carybé – As cores do Sagrado, no espaço Caixa Cultural, formada por cinquenta aquarelas feitas pelo artista entre 1950 e 1980, documentando o Candomblé por meio de uma sequência que retrata alguns dos seus importantes rituais, como a iniciação, o axexê, o culto aos ancestrais, como também mostrando as festas, trajes, símbolos e cerimônias.

Conhecido como Carybé, Hector Julio Paride Bernabó, argentino de nascimento, viveu no Brasil e se considerava baiano por opção. Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, cenógrafo, ceramista, historiador, pesquisador e jornalista. Recebeu vários prêmios por sua obra, mas o título de que mais se orgulhava era o de Obá de Xangô, oferecido pelo terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá (Salvador), onde foi iniciado na religião.  




segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ilha do Ferro


Ilha do Ferro: uma iconografia do povoado é um destaque na programação do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (Maceió, Alagoas).
A exposição é fruto da pesquisa realizada pela designer Amanda Soares na região ribeirinha do rio São Francisco (município alagoano de Pão de Açúcar), para a elaboração do seu trabalho de conclusão de curso (TCC).
O trabalho de campo realizado pela artista, seu encontro com a arte produzida na Ilha do Ferro, a paisagem e os costumes locais serviram de inspiração e provocou o impulso criativo da artista para produzir estampas com a temática do povoado, gerando belas imagens. Assim, o trabalho desenvolvido por Amanda faz referência às esculturas em madeira, ao bordado, à arquitetura urbana da ilha, ao ato criativo dos artistas locais, às flores, à caatinga, ao solo rachado, entre outros aspectos do lugar. A proposta une a cultura tradicional com um projeto contemporâneo de criação em design, produzindo uma nova leitura iconográfica da cultura local. 
A exposição apresenta fotografias panorâmicas da Ilha do Ferro, estampas, impressas em tecido. Algumas dessas estampas podem ser vistas também em fotografias de um editorial de moda, produzido pela designer. As estampas são também apresentadas em roupas como camisetas e vestidos. Para a exposição do Museu, além do vestuário, a artista também imprimiu suas estampas em pôsteres, capas de celulares e adesivos.


 

Making off - Coleção Ilha do ferro


domingo, 26 de julho de 2015

Museu Théo Brandão


O Fórum Antropologia e os estudos de Folclore foi realizado no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, da Universidade Federal de Alagoas. A comissão organizadora acertou. Tornava-se emblemático discutir a temática proposta no espaço do Museu.
O Museu Théo Brandão foi criado em 1975 pelo médico, etnógrafo, folclorista, antropólogo e escritor alagoano Theotônio Vilela Brandão. Inicialmente concebido para abrigar a coleção de arte popular do escritor, posteriormente o Museu recebe da família de Théo Brandão, um conjunto expressivo de suas fotografias, documentos pessoais, manuscritos, registro sonoros, livros e folhetos de cordel, diversificando seus acervos.
No acervo expográfico é possível apreciar obras em madeira e cerâmica, indumentária de folguedos, estandartes e bonecos de carnaval, brinquedos, objetos de fibra vegetal, peças de culto afro-brasileiro, ex-votos, etc.
Na sala denominada Fé, uma peça em especial me chamou atenção, uma tela na qual está escrito Zé-Pelintra-Fazendo Seu Feitiço e com o desenho em pintura do conhecido mestre de Jurema. O mestre encontra-se em uma encruzilhada, segurando com a mão direita, uma garrafa, e, na outra mão, um copo. Um pouco abaixo do seu braço direito o desenho de um gato preto e peças em argila (uma quartinha e duas bacias) na cor azul. No seu lado esquerdo está às pinturas de um punhal, um galo, uma espécie de pote, um livro aberto e uma vela acesa. A tela não está datada e o autor é desconhecido. Fiquei alguns minutos em frente a imagem, encantado e a viajar por muitos pensamentos.
Para acompanhar a programação do Museu, acesse sua página no Facebook:

 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Antropologia e estudos de Folclore em reflexão


O Fórum Antropologia e estudos de Folclore, parte da programação da V Reunião Equatorial de Antropologia e XIV Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste, realizado esta semana em Maceió (Alagoas), afirmou a importância dos estudos de folclore na história do pensamento social brasileiro e a contribuição desses estudos para a constituição da antropologia enquanto campo de conhecimento. E, mais, propiciou a abertura de um importante espaço institucional para reflexões sobre esses campos de estudos – antropologia e folclore, encontros epistemológicos e questões contemporâneas da cultura.
O Fórum foi proposto e coordenado pelos professores Oswaldo Giovannini Junior (UFPB) e Wagner Neves Diniz Chaves (UFRJ). O encontro foi dividido em três sessões:
Sessão 1:  Antropologia dos estudos de folclore
Participantes: Wagner Chaves (UFRJ-MN) – “Do campo ao museu (e de volta ao campo): considerações sobre a produção e circulação dos registros sonoros de Théo Brandão”. Bruno Cavalcanti (UFAL) – Arthur Ramos e os estudos de folclore. Joana Correa (IFCS-UFRJ) – Mário de Andrade, Alceu Maynard Araújo e Inami Custódio Pinto: perspectivas dos estudos de folclore nas pesquisas sobre fandango. Oswaldo Giovannini Junior (UFPB) – Recepção e influências: estudos de folclore e festas do Rosário.
Sessão 2: Ritos e festas da cultura popular contemporânea
Participantes: Luzimar Pereira (UFJF) – Pesquisa sobre folias e comunidades de folias em Minas Gerais. João Miguel Sautchuk (UNB) – Investigando a poesia: a cantoria nordestina e suas formas expressivas. Luciana Gonçalves de Carvalho (UFOPA) – Eles dizem que é folclore (sobre as reflexões de Betinho e as questões do boi maranhense).
Debatedor: Carlos Sandroni (UFPE).
Sessão 3: Problematizando fronteiras: interfaces entre folclore, etnologia dos índios do nordeste e estudos afro-brasileiros
Participantes: Claudia Mura (UFAL) – Pankararu, praias e penitentes. Ana Teles (IFCS-UFRJ) – Os estudos do negro no interior dos estudos de folclore: confluências de um debate.
Debatedor: Luiz Assunção (UFRN).

 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Barracão Espírita Caboclo Tupimaré


Esta semana visitei o Barracão Espírita Caboclo Tupimaré, de Pai Magno de Ogum (Magno Tavares da Silva), no bairro das Quintas (Natal-RN), participando do toque de jurema, realizado semanalmente naquele espaço religioso.
O Barracão foi aberto no ano de 1981, no entanto Pai Magno desde cedo esteve envolvido com a religião. Primeiro, por uma promessa que sua mãe fez para Cosme e Damião; mais tarde, passou a frequentar giras de umbanda. A iniciação foi feita no Centro Espírita Cabocla de Pena, dirigido por dona Zulmira Félix.
Desde que abriu sua casa, Pai Magno de Ogum tem se dedicado a religião, presta assistência à comunidade do bairro, atende a sua clientela. Junto com outros religiosos umbandistas e juremeiros do bairro das Quintas, como dona Audelícia, Neta, o centro de dona Maria José, tem dado exemplo de resistência e manutenção da tradição em contexto com tantas dificuldades.    

domingo, 12 de julho de 2015

Papa Francisco e a América Latina


Esta semana, em viagem por países da América Latina, o Papa Francisco volta mais uma vez a surpreender ao falar de temas a muito não abordados e enfrentados pela Igreja Católica. Na Bolívia, durante o encontro mundial de movimentos populares, faz um discurso anticapitalista ao referir-se ao sistema econômico como “ditadura sutil”: “A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral”, afirmou o Papa Francisco. Outro tema abordado foi o da concentração da mídia, definido como instrumento de “colonialismo ideológico”, pois “a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Índios Carnavalescos


Entre as múltiplas manifestações culturais existentes na cidade de Natal, encontram-se as tribos de índios carnavalescas. Na região metropolitana da capital, nos municípios de Natal, Ceará-Mirim, Macaíba, São José de Mipibu e São Gonçalo do Amarante, existem onze tribos carnavalescas.
A proposta da dissertação de mestrado “Índios carnavalescos”, do pesquisador Valdemiro Severiano Filho, é procurar compreender a produção do carnaval destas agremiações enquanto manifestação de lazer e trabalho.
A pesquisa mostra que, para além da racionalidade hegemônica, existem outras racionalidades, manifestadas em micro territorialidades, que acionam mecanismos e táticas cotidianas, valorizando-se o fenômeno do estar-junto, existentes no interior dos centros urbanos, nos bairros e nas ruas.
A pesquisa, publicada em livro, está organizada em três capítulos. No primeiro, o autor analisa o desenvolvimento do carnaval natalense, relacionando-o com o crescimento da cidade e com a participação dos agentes públicos e privados. No segundo capítulo, a borda a dimensão econômica e política do carnaval das tribos de índios na capital potiguar, com o recorte estabelecido para o ano de 2012. No último capítulo, analisa as territorialidades das tribos de índios projetadas no espaço citadino, dedicando especial atenção a tribo de índios Tabajara do bairro Felipe Camarão e a tribo de índios Gaviões-Amarelo do bairro Igapó.
 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Em Busca da Verdade


Em busca da verdade




Desde a sua instalação, em 2012, a Comissão Nacional da Verdade realizou diversas audiências, coleta de depoimentos, apurações, visitas aos centros de tortura e abertura de arquivos. A TV Senado reuniu esse material em um documentário revelador quemostra como funcionou a estrutura de repressão no país, como a tortura foi institucionalizada dentro de uma política de Estado e de que forma empresas públicas e privadas financiaram o regime militar no Brasil. Ao longo do programa, vítimas e agentes da repressão relatam diversos casos de violação de direitos humanos. Agressões contra indígenas e camponeses, prisões arbitrárias, episódios de tortura, de violência sexual, mortes e ocultação de cadáveres dão a dimensão dos abusos cometidos pelo Estado nesse período. 

Direção: Deraldo Goulart e Lorena Maria

Duração: 58 min

Entrevistados: Pedro Dallari, Rosa Cardoso, José Carlos Dias, Maria Rita Kehl, Luiz Cláudio Cunha, Glenda Mezarobba, Adriano Diogo, Ivan Seixas, Amelinha Teles, Nadine Borges, Álvaro Caldas, Eny Moreira, Hildegard Angel, João Capiberibe, Randolfe Rodrigues, Ana Rita e Carlos Fico.

 

Sobre parar, refletir e retornar

  Prezada amiga, amigo, leitoras, leitores, visitantes do Blog. Estamos de volta aos escritos. Por esses dias estivemos a pensar sobre nos...