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Mostrando postagens de julho, 2015

Livro

Lançado recentemente pela Editora da UFMA, “ Um caso de polícia! Pajelança e religiões afro-brasileiras no Maranhão (1876-1977) ”, é fruto de pesquisa documental realizada pelo grupo de pesquisa coordenado pela professora Mundicarmo Ferretti. O livro não trata apenas da repressão policial, mas de um amplo contexto sociocultural em que as diferenças religiosas eram submetidas a diversos tipos de violência. A primeira parte do livro apresenta trabalhos baseados em pesquisas de jornais realizadas em arquivos de instituições maranhenses, com o intuito de analisar problemas enfrentados pela população negra do Maranhão e “testemunharam” a repressão policial a antigos terreiros de mineiros, terecozeiros, curadores e pajés. A segunda parte do livro reúne 319 matérias publicadas em jornais maranhenses, transcritas geralmente de sessão policial, daí o título escolhido para a obra “Um caso de Polícia!”    

As cores do sagrado

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Passando por Recife, encontrei um tempo e fui ver a exposição Carybé – As cores do Sagrado , no espaço Caixa Cultural, formada por cinquenta aquarelas feitas pelo artista entre 1950 e 1980, documentando o Candomblé por meio de uma sequência que retrata alguns dos seus importantes rituais, como a iniciação, o axexê, o culto aos ancestrais, como também mostrando as festas, trajes, símbolos e cerimônias. Conhecido como Carybé, Hector Julio Paride Bernabó, argentino de nascimento, viveu no Brasil e se considerava baiano por opção. Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, cenógrafo, ceramista, historiador, pesquisador e jornalista. Recebeu vários prêmios por sua obra, mas o título de que mais se orgulhava era o de Obá de Xangô, oferecido pelo terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá (Salvador), onde foi iniciado na religião.  

Ilha do Ferro

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Ilha do Ferro: uma iconografia do povoado é um destaque na programação do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (Maceió, Alagoas). A exposição é fruto da pesquisa realizada pela designer Amanda Soares na região ribeirinha do rio São Francisco (município alagoano de Pão de Açúcar), para a elaboração do seu trabalho de conclusão de curso (TCC). O trabalho de campo realizado pela artista, seu encontro com a arte produzida na Ilha do Ferro, a paisagem e os costumes locais serviram de inspiração e provocou o impulso criativo da artista para produzir estampas com a temática do povoado, gerando belas imagens. Assim, o trabalho desenvolvido por Amanda faz referência às esculturas em madeira, ao bordado, à arquitetura urbana da ilha, ao ato criativo dos artistas locais, às flores, à caatinga, ao solo rachado, entre outros aspectos do lugar. A proposta une a cultura tradicional com um projeto contemporâneo de criação em design, produzindo uma nova leitura iconográfica da cultura...

Making off - Coleção Ilha do ferro

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Museu Théo Brandão

O Fórum Antropologia e os estudos de Folclore foi realizado no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, da Universidade Federal de Alagoas. A comissão organizadora acertou. Tornava-se emblemático discutir a temática proposta no espaço do Museu. O Museu Théo Brandão foi criado em 1975 pelo médico, etnógrafo, folclorista, antropólogo e escritor alagoano Theotônio Vilela Brandão. Inicialmente concebido para abrigar a coleção de arte popular do escritor, posteriormente o Museu recebe da família de Théo Brandão, um conjunto expressivo de suas fotografias, documentos pessoais, manuscritos, registro sonoros, livros e folhetos de cordel, diversificando seus acervos. No acervo expográfico é possível apreciar obras em madeira e cerâmica, indumentária de folguedos, estandartes e bonecos de carnaval, brinquedos, objetos de fibra vegetal, peças de culto afro-brasileiro, ex-votos, etc. Na sala denominada Fé, uma peça em especial me chamou atenção, uma tela na qual está escrito Zé-Pe...

Antropologia e estudos de Folclore em reflexão

O Fórum Antropologia e estudos de Folclore , parte da programação da V Reunião Equatorial de Antropologia e XIV Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste, realizado esta semana em Maceió (Alagoas), afirmou a importância dos estudos de folclore na história do pensamento social brasileiro e a contribuição desses estudos para a constituição da antropologia enquanto campo de conhecimento. E, mais, propiciou a abertura de um importante espaço institucional para reflexões sobre esses campos de estudos – antropologia e folclore, encontros epistemológicos e questões contemporâneas da cultura. O Fórum foi proposto e coordenado pelos professores Oswaldo Giovannini Junior (UFPB) e Wagner Neves Diniz Chaves (UFRJ). O encontro foi dividido em três sessões: Sessão 1:   Antropologia dos estudos de folclore Participantes: Wagner Chaves (UFRJ-MN) – “Do campo ao museu (e de volta ao campo): considerações sobre a produção e circulação dos registros sonoros de Théo Brandão”. Bruno Cavalcan...

Forum Antropologia e Folclore

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Barracão Espírita Caboclo Tupimaré

Esta semana visitei o Barracão Espírita Caboclo Tupimaré, de Pai Magno de Ogum (Magno Tavares da Silva), no bairro das Quintas (Natal-RN), participando do toque de jurema, realizado semanalmente naquele espaço religioso. O Barracão foi aberto no ano de 1981, no entanto Pai Magno desde cedo esteve envolvido com a religião. Primeiro, por uma promessa que sua mãe fez para Cosme e Damião; mais tarde, passou a frequentar giras de umbanda. A iniciação foi feita no Centro Espírita Cabocla de Pena, dirigido por dona Zulmira Félix. Desde que abriu sua casa, Pai Magno de Ogum tem se dedicado a religião, presta assistência à comunidade do bairro, atende a sua clientela. Junto com outros religiosos umbandistas e juremeiros do bairro das Quintas, como dona Audelícia, Neta, o centro de dona Maria José, tem dado exemplo de resistência e manutenção da tradição em contexto com tantas dificuldades.      

Papa Francisco e a América Latina

Esta semana, em viagem por países da América Latina, o Papa Francisco volta mais uma vez a surpreender ao falar de temas a muito não abordados e enfrentados pela Igreja Católica. Na Bolívia, durante o encontro mundial de movimentos populares, faz um discurso anticapitalista ao referir-se ao sistema econômico como “ditadura sutil”: “ A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral ”, afirmou o Papa Francisco. Outro tema abordado foi o da concentração da mídia, definido como instrumento de “colonialismo ideológico”, pois “ a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural ”.

Índios Carnavalescos

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Entre as múltiplas manifestações culturais existentes na cidade de Natal, encontram-se as tribos de índios carnavalescas. Na região metropolitana da capital, nos municípios de Natal, Ceará-Mirim, Macaíba, São José de Mipibu e São Gonçalo do Amarante, existem onze tribos carnavalescas. A proposta da dissertação de mestrado “ Índios carnavalescos ”, do pesquisador Valdemiro Severiano Filho, é procurar compreender a produção do carnaval destas agremiações enquanto manifestação de lazer e trabalho. A pesquisa mostra que, para além da racionalidade hegemônica, existem outras racionalidades, manifestadas em micro territorialidades, que acionam mecanismos e táticas cotidianas, valorizando-se o fenômeno do estar-junto, existentes no interior dos centros urbanos, nos bairros e nas ruas. A pesquisa, publicada em livro, está organizada em três capítulos. No primeiro, o autor analisa o desenvolvimento do carnaval natalense, relacionando-o com o crescimento da cidade e com a participação ...

Toque de Resistência - Centro Espirita Amor Em Ação

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Em Busca da Verdade

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Em busca da verdade

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Desde a sua instalação, em 2012, a   Comissão  Nacional  da   Verdade   realizou diversas audiências, coleta de depoimentos, apurações, visitas aos centros de tortura e abertura de arquivos. A TV Senado reuniu esse material em um documentário revelador que mostra como funcionou a estrutura de repressão no país, como a tortura foi institucionalizada dentro de uma política de Estado e de que forma empresas públicas e privadas financiaram o regime militar no Brasil. Ao longo do programa, vítimas e agentes da repressão relatam diversos casos de violação de direitos humanos. Agressões contra indígenas e camponeses, prisões arbitrárias, episódios de tortura, de violência sexual, mortes e ocultação de cadáveres dão a dimensão dos abusos cometidos pelo Estado nesse período.  Direção:  Deraldo Goulart e Lorena Maria Duração:  58 min Entrevistados:  Pedro Dallari,  Rosa Cardoso,  José Carlos Dias, Maria Rita Kehl, Luiz Cláudio ...