quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A Jurema como expressão de conhecimento


Em dezembro passado foi apresentada a monografia “A ciência da Jurema Sagrada como expressão de um conhecimento ancestral”, elaborada pelo aluno João Batista Figueredo de Oliveira, para conclusão do Curso de Ciências Sociais – UFRN.
O trabalho é resultado da pesquisa realizada no terreiro de Mãe Lúcia de Nanã que está localizado em Parnamirim/RN – intitulado de Axé Ilê Bogunder. O referido Ilê cultua, em dias diferentes, o Candomblé Ketu e a Jurema Sagrada. O candomblé ocorre aos sábados mediante festas e obrigações de Orixás, enquanto que a Jurema acontece nas quartas-feiras com toques para Exú de catiço, Caboclos e Mestres.
João Batista toma como referência as leituras de Claude Lévi-Strauss, em especial a noção de ciência do concreto, como possibilidade para refletir sobre o conhecimento. Seguindo o caminho dos níveis estratégicos para se chegar ao conhecimento, é possível pensar a Jurema Sagrada como dotada de um conhecimento ancestral, transmitido pela vivência cotidiana e experimentada no exercício ritualístico de cura, no uso de ervas, plantas e substâncias, conjugando conhecimentos de propriedades curativas das plantas e substâncias utilizadas, com rezas e elementos de crenças.
A banca examinadora foi composta pelos professores Lidiane Alves da Cunha (UERN), José Roberto Oliveira dos Santos (IFRN) e Luiz Assunção (UFRN).
 
 
 

 



Mãe Lúcia de Nanã e membros da comunidade Axé Ilê Bogunder (Parnamirim-RN).
Fotos: Karla Costa.
 

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