Em dezembro passado foi apresentada a monografia “A ciência da Jurema Sagrada como expressão
de um conhecimento ancestral”, elaborada pelo aluno João Batista Figueredo
de Oliveira, para conclusão do Curso de Ciências Sociais – UFRN.
O trabalho é resultado da pesquisa realizada no
terreiro de Mãe Lúcia de Nanã que
está localizado em Parnamirim/RN – intitulado de Axé Ilê Bogunder. O
referido Ilê cultua, em dias diferentes, o Candomblé Ketu e a Jurema Sagrada. O
candomblé ocorre aos sábados mediante festas e obrigações de Orixás, enquanto
que a Jurema acontece nas quartas-feiras com toques para Exú de catiço,
Caboclos e Mestres.
João Batista
toma como referência as leituras de Claude Lévi-Strauss, em especial a noção de
ciência do concreto, como possibilidade para refletir sobre o conhecimento. Seguindo
o caminho dos níveis estratégicos para se chegar ao conhecimento, é possível
pensar a Jurema Sagrada como dotada de um conhecimento ancestral, transmitido
pela vivência cotidiana e experimentada no exercício ritualístico de cura, no
uso de ervas, plantas e substâncias, conjugando conhecimentos de propriedades
curativas das plantas e substâncias utilizadas, com rezas e elementos de
crenças.
A banca
examinadora foi composta pelos professores Lidiane Alves da Cunha (UERN), José
Roberto Oliveira dos Santos (IFRN) e Luiz Assunção (UFRN).
Mãe Lúcia de Nanã e membros da comunidade Axé Ilê Bogunder (Parnamirim-RN).
Fotos: Karla Costa.
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