sábado, 19 de junho de 2021

Mestre Zé de Vina

Mestre Zé de Vina (José Severino dos Santos), mamulengueiro, um dos mais importantes artistas da cultura popular brasileira faleceu no último 15 de junho, em decorrência de infarto, aos 81 anos de idade. Nascido no dia 14 de março de 1940, no Sítio Queceque, município de Glória do Goitá, região pernambucana da Zona da Mata, aprendeu a “brincadeira” como tantos outros de sua geração ao observar e acompanhar as atividades daqueles com mais experiência. 

Em 1957 fundou o Mamulengo Riso do Povo, se tornando um dos mais influentes brincantes do teatro de bonecos popular do Brasil. Andou por toda região onde nasceu. Viajou por várias partes do país para apresentações dos seus bonecos. Vivia em condições de pobreza e muitas dificuldades. 

Em 2016, Mestre Zé de Vina, recebeu do IPHAN o Prêmio Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e, no ano seguinte, o Prêmio Culturas Populares – Edição Leandro Gomes de Barros, do Ministério da Cultura. 

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (Rio de Janeiro) realizou duas exposições na Sala do Artista Popular, que abarcaram a história e a obra do mestre: Teatro do riso: mamulengos de mestre Zé Lopes, em 1998, e A música é que chama os espíritos dos bonecos: mamulengos em Glória do Goitá, em 2012.

Em 2007 a antropóloga Adriana Alcure realiza pesquisa e defende no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ a tese intitulada “A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do mamulengo”, que tem o mestre Zé de Vina como o principal interlocutor da pesquisa referência nos estudos do teatro de bonecos no Brasil. 


Foto: Instagram@museudomamulengo/Reprodução). 

Indicação de leitura: Revista Continente – “Zé de Vina: o homem que vira boneco”.

https://revistacontinente.com.br/edicoes/163/ze-de-vina--o-homem-que-vira-boneco

 



domingo, 13 de junho de 2021

Jesús Martín-Barbero

 

Neste sábado, 12 de junho, faleceu na cidade de Cali (Colombia), Jesús Martín-Barbero, 84 anos, importante referência no campo de estudos da comunicação, semiologia, antropologia. Nascido em Ávila (Espanha) e radicado em Colombia, onde obteve a nacionalidade do país em 2003, era um intelectual comprometido com a América Latina e com os estudos das culturas populares. Foi professor na Universidade del Valle, Cali e em diversas outras universidades, como: Guadalajara, Complutense de Madrid, Autónoma de Barcelona, Standford, Berlim, King’s College de Londres, Porto Rico, Buenos Aires, São Paulo, Lima.

Jesús Martín-Barbero foi responsável por estudos sobre o fenômeno da comunicação na sociedade iberoamericana e entre suas publicações, destaca-se o livro Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia”. Sobre o livro, escreveu o Professor Muniz Sodré (UFRJ) tratar-se de “uma tomada de posição metodológica e conceitual no campo da comunicação, que leva em conta não apenas as mudanças internas, mas também as novas dinâmicas culturais, detectadas pelas ciências sociais no âmbito dos fenômenos da globalização e de movimentos populares”. Assim, em “Dos meios às mediações”, Martin-Barbero discute a emergência dos conceitos de povo e massa na modernidade e a matriz histórica da mediação de massa na América Latina, as relações entre as massas e a mídia e os condicionamentos mútuos na produção e inversão de sentidos.

O livro “Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia”, foi publicado no Brasil em 1997 pela Editora da UFRJ.

Arquivo Afro-Religioso

  Projeto de pesquisa e extensão do Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades (Departamento de Antropologia/PPGAS/UFRN), Grupo de...