Sempre acreditei que o trabalho acadêmico se constrói numa relação horizontal que acontece simultaneamente nas interações com os diferentes sujeitos das comunidades e da academia. Ambas compartilham saberes e conhecimentos; partilham ensinamentos. Nesses encontros vivenciamos processos de intercâmbios e aprendizagens.
Por esses dias tenho a oportunidade de vivenciar, mais uma vez, esses ricos encontros de experiências e trocas. Trata-se especificamente da parceria acadêmica com o antropólogo Aníbal G. Arregui, professor do Departamento de Antropologia da Universidade de Barcelona, Espanha, em sua missão de pesquisa para conhecer o universo religioso da jurema na cidade de Natal. O pesquisador e seu desejo de construir diálogos com os juremeiros e juremeiras locais. Traçamos algumas rotas possíveis, entre as quais uma tarde em que Pai Aurino de Mestre Aroeira (Cidade Nova) apresentou seu espaço religioso, enquanto tecia narrativas de sua história e da comunidade constituída. Outra rota vivida foi o encontro com o Pai Zé Maria de Pajuçara, sua comunidade e a realização do toque de jurema.
Durante esses quinze dias de parceria, algumas atividades estão sendo programadas: os encontros com juremeiros e juremeiras, a participação em rituais com as comunidades de terreiros e encontros acadêmicos na UFRN, entre os quais no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e no Instituto do Cérebro.
No próximo dia 21 de março, às 09 horas, o professor ministra a aula inaugural do semestre letivo 2024 no PPGAS/UFRN: “O “movimento” quilombola: sentindo futuros na Amazônia Afroindígena”.
O professor Aníbal Arregui realizou trabalho de campo etnográfico na
Amazônia brasileira e na Europa. Publicou artigos em periódicos de referência e
os livros: “Vitalidades: Etnografías en los
limites de lo humano” (Nola Editores) e “Infra espécie: Del fin de la naturaleza al futuro salvaje” (Alianza
Editorial).
Prof. Aníbal Aguirre no PPGAS-UFRN.
