Quando viajo, gosto de organizar uma
agenda para ver o que está a acontecer na programação cultural local. Em minha
recente e rápida estadia em Barcelona, Espanha, não foi diferente. Após participar
de atividade acadêmica na Universidade de Barcelona, o roteiro traçado incluiu conhecer
o Museu de Arte Contemporânea (MAC BA). Foi fácil localizá-lo, estava muito próximo,
uma edificação moderna, três grandes pavimentos, imponente, ao lado de uma
praça de chão livre em que jovens fazem acrobacias no skate, naquele final de
tarde fria.
São várias exposições, como indica o
catálogo, e procurei seguir o roteiro, com calma, a procurar entender a
concepção, expografia, apreciar a estética, a simbologia dos elementos
presentes e procurar compreender as mensagens, aprender com os processos
criativos.
“Uma cidade desconhecida sob o nevoeiro.
Novas imagens da Barcelona dos bairros” é o título da exposição que se
encontra no terceiro pavimento do museu e que tem como foco uma espécie de
prospectiva sobre a cidade de Barcelona, ao tomar a periferia da cidade como zona
inovadora, onde se manifestam as tendências emergentes da urbe. Mas é também
espaço de questões sociais, conflitos, sobrevivência. O projeto da exposição se
divide em treze partes, com diferentes abordagens de pesquisa, uso de
fotografias e imagens audiovisuais em formato de filme ou vídeo.
Gostaria de destacar a parte de número
12: Raquel Friera +
Creadoness. “But Na But” [Això era i no era], 2023-2024 | Martha Rosler. “House Beautiful: Bringing the War Home, New Series”
[House Beautiful: portar la guerra a casa. Nova sèrie], 2004-2008 [selecció]. Cito as referências do programa:
“Trabalho comunitário com o coletivo
Creadoness del Raval - um programa que oferece formação em técnicas de costura
a mulheres migrantes vulneráveis - e a artista Raquel Friera. Neste caso, o
projeto assume a forma de um workshop de brocados com um grupo heterogêneo de
mulheres refugiadas do Afeganistão, que denunciam as experiências traumáticas
que viveram e exigem o direito à educação feminina. Os brocados, pintados sobre
os vestidos brancos característicos das estudantes afegãs, dialogam com
fotomontagens de Martha Rosler. A reflexão de Rosler sobre o trabalho doméstico
e as ideologias implícitas no gênero está na origem deste workshop”.
Para saber mais:
Museu de Arte Contemporânea de
Barcelona:
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