Receber convite dos terreiros para participar dos toques semanais, de atividades do calendário anual e de eventuais programações nas diferentes casas religiosas sempre aconteceu e deixa-me honrado. Procuro ser presença, com respeito e admiração que sempre permearam minha atividade de pesquisador ao longo de anos de encontros, trocas de conhecimentos e aprendizagem com as comunidades de terreiro. Por esses dias, um convite me chamou atenção por partir de uma senhora de quase noventa anos de idade – madrinha Aldelícia, como é mais conhecida e que dirige com uma vitalidade invejável um centro de umbanda no bairro das Quintas, a mais de cinco décadas. A mensagem recebida, escrita por sua filha, dona Margarete, informava a organização de “uma farta mesa de frutas para os caboclos” e destaca que gostaria que eu pudesse imensamente participar do toque de caboclos. Os últimos dias tinham sido cheio de atividades e atropelos do cotidiano. Não estava bem de saúde, já passava da ho...