Texto de opinião encaminhado por Hudson Alves
(estudante do curso de graduação em Ciências
Sociais/UFRN).
31 de dezembro de 2012, véspera de dia de ano,
tradicionalmente, como todos os anos, fomos meus familiares e eu à praia do Meio
oferendar a rainha do mar, Iemanjá. Chegando lá tivemos uma grande indignação,
podendo ser traduzido como sentimento de raiva, tristeza, ira, ao presenciar o
que deparamos pela frente: lixo amontoados e o descaso com a imagem da rainha do
mar nos cultos afro-brasileiros (umbanda e candomblé).
Antes de caminharmos até às pedras ficamos a
observar a cena intolerante: um grupo de marginais ficavam de parte olhando os
fieis, umbandistas ou não, ofertando suas oferendas, e quando os mesmos saiam,
ou mal saiam, o tal grupo ia até os pés da estátua “verificar” o que as pessoas
haviam ofertado (arranjo de flores, cidras, perfumes, dinheiro, etc.) e
usurpavam na maior cara e pau, cinismo e tudo do gênero. Claro que não deixamos
nada do que levamos aos pés da estátua, pois sempre entregamos nossas oferendas
diretamente ao mar!
O que nos chamou mais atenção foi o descaso de duas
instituições as quais deveriam ter um pouco de responsabilidade, no mínimo, com
a área nesse período do ano (e no dia 8 de janeiro e 2 de fevereiro) que são a Prefeitura
do Natal (gestão Micarla de Sousa) e a Federação Espírita de Umbanda do Rio grande do Norte -
FEURN.
Segundo fonte segura, a presidência da FEURN
realizou uma reunião com maioria de representantes de centros de cultura afro
(ilês, terreiros, cabanas, etc.) propondo a realização da festa de Iemanjá para
o dia 8 de janeiro do corrente ano, mas como, por unanimidade, nenhum sacerdote
aceitou a proposta, a presidência da “instituição maior” decidiu em não realizar
a festividade no dia 31 de dezembro, rompendo uma tradição realizada há vários
anos, por “picuinha” ou pra mostrar quem tem “poder” (suposição minha), sendo
as duas ações, contraditórias aos princípios da religião que seguem.
Quando citei a Prefeitura, me referi à questão da limpeza
da orla marítima em especial nas proximidades da estátua de Iemanjá, onde
geralmente é (era) realizada as festividades à santa protetora dos pescadores.
Outra coisa, também, que refiro à prefeitura é a questão da segurança da estátua
(caso em questão) pelo fato do Estado (me refiro aqui a todos os poderes executivos)
ser laico, sendo assim, bem que poderia ter solicitado à Policia Militar ou à
Guarda Municipal, que seria mais adequado, manter a segurança da estátua e com
isso, consequentemente, assegurar a fé dos militantes e admiradores da
religião, para que os objetos oferendados não fossem usurpados a vistas claras!
Mas nessa questão da segurança, até mesmo a presidência da FEURN pode
solicitar.
Não estou aqui defendendo religião de ninguém, meu
objetivo é convidar as duas partes envolvidas para uma reflexão para que não
venha mais ocorrer o que a gente presenciou.
Avaliem, reflitam e ajam!!
Hudson Alves.
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