Nesta terça-feira passada, dia 21 de
maio, a cidade de Natal e, em particular, as comunidades de terreiros foram
surpreendiadas pela divulgação na imprensa, da morte de uma mulher em ritual denominado
de “magia negra”, efetuado por um indivíduo chamado de João Macumbeiro.
O ato criminoso é apresentado pela
imprensa e autoridades competentes como fato de uma prática religiosa,
identificado como das religiões de matriz africana ou religiões
afro-brasileiras, culpabilizando imediatamente a religião e por conseguinte
todos os seus adeptos, praticantes. Magia
negra, macumba, adoradores do diabo – termos usados nos
vários discursos veiculados pela imprensa, além de denotarem ignorância e falta
de conhecimento sobre o universo religioso afro-brasileiro, confirma uma visão
(e uma ação) preconceituosa, racista e discriminatória sobre as populações
afro-brasileiras e sua cultura, construída secularmente pela sociedade
brasileira dominante, difusa e reforçada constantemente no imaginário coletivo
da sociedade.
Ao longo da semana as comunidades de
terreiros vêm se posicionando nas mídias sociais, repudiando o ato criminoso. Nesta
tarde de sexta-feira numa assembléia realizada com significativo número de
representantes das comunidades de terreiros de Natal, sacerdotes, sacerdotisas
e demais adeptos, aprovaram por unanimidade, uma “Carta aberta a sociedade potiguar”, que será entregue na próxima semana,
em ato público, com a presença de autoridades e representantes da imprensa.
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