Toda casa religiosa afro-brasileira, em suas
diferentes concepções e linhagens, carrega consigo um inestimável patrimônio
histórico e simbólico, construído em contextos sociais adversos e através de um
rico processo de vivências, trocas, compondo um complexo universo cultural em
que se guarda a memória, as experiências e perspectivas de todo um povo.
O Estado brasileiro, através do Ministério da
Cultura – IPHAN oficializou neste dia 15 de janeiro, a aprovação do tombamento
do Terreiro Oxumaré, em Salvador, Bahia, como patrimônio cultural
brasileiro.
Oxumaré é orixá do movimento e dos ciclos vitais
que geram as transformações. É símbolo da riqueza, da continuidade e da
permanência. Na solenidade, que contou com a presença de autoridades, políticos
e das as Ialorixás Stela de Oxóssi e Carmen de Oxalá, o babalorixá Pecê,
representando a Casa, lembrou as origens do terreiro e seus fundamentos. Pediu proteção
aos orixás e disse: "a conquista não é só do terreiro, mas do povo de
santo da Bahia e do Brasil". "Precisamos ser respeitados dentro de um
país que nosso povo construiu. Não só pela culinária, ou conhecimento de
música, mas também pela forca espiritual."
Alem deste terreiro, o Iphan reconheceu em
tombamentos a Casa Branca, Ilê Axé Opô Afonjá, Gantois, Alaketu e Bate-folha,
todas em Salvador (Bahia), e a Casa das Minas Jejê, em São Luís (MA).
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