Esses dias foram de leituras. Até o final
deste mês de abril participo de três exames de doutorado. Por isso esses dias
foram de leituras. Um dos trabalhos é sobre a vida e a obra do etnógrafo potiguar
Oswaldo Lamartine, um homem que amou, viveu e estudou o Sertão. Ou como ele se
definia: um “registrador de coisas”. Das coisas do Sertão do Seridó.
Como não se apaixonar por Oswaldo?
Outro estudo trata do processo de criação do
improviso em formas de expressão tradicionais nordestinas, como a cantoria, e,
como a mulher transita nesses espaços. Quanta mulher forte, numa arte dominada
pela presença masculina: Mocinha e Santinha Maurício, Mocinha de Passira, Minervina
Ferreira, Terezinha Maria, Biu Bonzinho, Maria Soledade Leite, Luzivan Matias, Neuma
da Silva, Damiana Pereira, Lucinha Saraiva, Terezinha Maria, Luzia dos Anjos, entre
tantas outras estrelas cantadoras dessa imensidão Nordeste.
Lendo a narrativa de vida dessas mulheres, dar
vontade de conhecê-las, ouvi-las cantar.
“Cada um tem seu mistério de viver” (Biu
Bonzinho).
“É muito bom cantar, improviso. Cantar a
natureza. Não é todo mundo que faz isso, é uma arte, eu valorizo o que faço, eu
tenho consciência de que sou artista” (Minervina Ferreira).
Um dos muitos problemas enfrentados por essas
cantadoras é o acesso à gravação sonora e às novas tecnologias, como gravar um
CD. Uma rara exceção foi o CD “Mulheres
no Repente” gravado por Minervina Ferreira e Mocinha da Passira em 1999 e
produzido por Marcus Vinícius de Andrade, com o apoio da União dos Cantadores,
Repentistas e Apologistas do Nordeste-UCRAN.
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