terça-feira, 31 de janeiro de 2017
domingo, 29 de janeiro de 2017
Caboclos
O mês de
Janeiro nas casas de candomblé, umbanda, jurema e demais práticas religiosas
afro-brasileiras, é dedicado aos caboclos, que representa o primeiro habitante
da terra brasileira, um ancestral. Como escrevi no livro “O reino dos mestres”, no universo da jurema, existem representações
sobre o índio e sobre o caboclo. O índio é representado pela imagem de um
personagem distante e abstrato, identificado pela ideia de “selvagem e forte”,
enquanto que o caboclo remete à ideia do índio colonizado, envolvido com a
sociedade branca dominante e como o resultado do entrecruzamento de diferentes
etnias.
Ao longo
desses anos de pesquisas tenho participado de muitas festas para caboclos. Zé Pretinho, em Juazeiro do Norte (Ceará), dedicava
vários dias, em seu centro, a tocar somente para os caboclos, concluindo as
celebrações com rituais realizados na mata, como ele chamava o sítio, onde
passavam o dia em atividades. Na casa de dona Terezinha Pereira, no Conjunto
Soledade II (Natal), existia um verdadeiro banquete de frutas e mel, que eram distribuídos
para toda a comunidade participante.
Ontem a noite
foi a vez do Terreiro de Jurema Mestre Benedito Fumaça, localizado em
Mangabeira, realizar a festa para os caboclos, e, em especial, ao Caboclo Tamandaré.
Sob a direção do Pai Freitas, a família e toda sua comunidade estiveram presentes
para as festividades.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Vida e morte na tradição
Antônio Teixeira Filho, 89 anos, mais conhecido por Bilhete.
Pertencente a uma família de brincantes da cultura popular e da tradição, no
município de São Gonçalo do Amarante-Rn, seguiu os passos dos familiares, tendo
sido Gajeiro e Capitão do Mar e Guerra do Fandango do Mestre Atanásio Salustino.
Ao comentar o falecimento de seu Antônio, no dia 28 de
dezembro passado, Gláucio PeduBreu, assim escreveu: “Que nós marujos que aqui
ainda estamos, possamos ter forças para continuar velejando neste mar bravio da
vida e assim poder manter viva na lembrança, as nossas tradições populares”.
O texto, escrito sob o sentimento da perda (a morte), não
perde a esperança (vida) na continuidade das tradições. Mas morte e vida tem se
feito presença forte na existência dos grupos populares e da tradição, os
grupos do folclore, dos folguedos e demais manifestações culturais. Morte e
vida presentes na trajetória de vida desses vários sujeitos frente às
dificuldades materiais do cotidiano. Morte e vida compartilhadas com o coletivo
do grupo e, igualmente, com seus enfrentamentos para fazer a “brincadeira”
continuar. Quase sempre, sem o devido apoio institucional e, muitas vezes,
esquecidos em suas proprias comunidades, homens e mulheres teimam em fazer
continuar existindo sua arte e saem a cantar, a dançar a celebrar a vida e a
memória de um tempo.
A morte de seu Antônio Teixeira e a morte de Atanásio
Salustino, Pedro Guajiru, Tião Oleiro, José Baracho, José Correia, Severino Guedes,
Cornélio Campina, Antônio Lima, Miguel Relampo, Chico Daniel, Manoel
Marinheiro, dona Militana Salustino e demais mestras e mestres, é o silêncio do
patrmônio cultural imaterial. É o silêncio da memória potiguar.
Mas, esse silêncio, pode (e deve) ser caminho
para a reflexão e construção de outras possibilidades de mundos da cultura.
res. Antônio
Teixeira, tinha 89 anos, nascido em 12/06/1927, era conhecido na Cidade como
Bilhete, ele foi Gajeiro e Capitão de Mar e Guerra do Fandango do Mestre
Atanásio Salustino. Antônio Teixeira, tinha 89 anos, nascido em 12/06/1927, era
conhecido na Cidade como Bilhete, ele foi Gajeiro e Capitão de Mar e Guerra do
Fandango do Mestre Atanásio Salustino. Maternidade
Belarmino Monte em São Gonçalo do Amarante com vida, mas veio a óbito antes de
ser atendido.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Esperanças
Estamos iniciando o ano com música.
Sons e memórias da herança africana no ponto
para Exu, cantado no Candomblé e Umbanda desse país chamado Brasil. O orixá Exu
é o começo, o princípio de vida individual; o mensageiro entre os deuses e os
homens e o elemento dinâmico de tudo que existe. Enquanto caminho e movimento,
remete a esperança.
Esperanças de transformações. Esperanças de um
mundo novo. Esperanças de um novo ano. Esperanças, ainda, em uma sociedade mais
justa, inclusiva, sem preconceitos e discriminações. Uma sociedade plural e
democrática.
A faixa que apresentamos faz parte do CD de Serena Assumpção que tem como título Ascensão, que se encontra disponível no site
do youtube.
O post seguinte refere-se ao grupo paulista Suíte Cabocla, que desenvolve um projeto
musical em que procura juntar em seu repertório música clássica e da tradição popular
brasileira, como elaborar leituras musicais e experimentos, ao incluir instrumentos
como a viola caipira.
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