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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Estátua de Iemanjá: apagar, silenciar a cultura?

  O apagamento e silenciamento da memória cultural afro-brasileira por grupos sociais hegemônicos é histórico e faz parte do racismo sistêmico brasileiro, moldado a partir de estratégias de dominação de valores morais e culturais de acordo com os interesses dos grupos envolvidos. O exemplo mais recente parece ser o caso da proposta divulgada pela @AMAPraiaDoMeio, na rede Instagram, em que sugere uma organização para o patrimônio paisagístico da orla central de Natal, a qualificação do local ou a relocação do monumento a Iemanjá para a Ponta do Morcego.     Em um tempo ainda próximo, a estátua foi depredada por constantes atos de vandalismo e intolerância e, inclusive, ficando em um estado de completo abandono pelo poder público. A batalha para fazer reerguer a estátua foi uma ação coletiva dos povos e comunidades de terreiros da cidade de Natal. Igualmente coletiva foi a luta travada, desde os anos de 1970, pelos primeiros umbandistas da cidade, mulheres e homens, mães ...