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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Cidade de Dezembro

  Cidade de Dezembro (Nei Leandro de Castro e Rogério Rossini)   Era uma cidade de dezembro Tinha pastoril e pastorinhas A lua aparecia tão madrinha Era Natal, eu me lembro   A chegança, não chegava nunca mais E o sono já chegando no menino Que esperava vindo lá de longe. Um Deus, que sendo Deus, era menino.   Era uma barca, canoa, navio Navegando, nau, catarineta E a noite, um boi, bumba meu boi, onde ele foi? Pegava quem tinha medo de careta   A contramestra, vestida de azul A mestra toda de encarnado. Diana que não tinha nem partido, roto vestido Deixava esse menino apaixonado.   Hoje, alguém pergunta: O que é Natal Um cartão postal? Uma saudade? Talvez uma lembrança de dezembro Perdida na rua antiga da cidade.   Fonte: Floração. Lucinha Lira. Projeto Memória, 3. UFRN.

Cultura BR - Hip Hop - dança e grafite

  Fragmento da atividade realizada por Herbert Farias na disciplina Cultura Brasileira (2023.2), curso de Licenciatura em Artes Visuais/UFRN.      

História Feita Nas Águas

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  -       Chega Elinho, vem cá, chegue aqui, Vem cá, sério. Senta aqui, você é mais preparado. A menina que saber sobre a pesca.   -       Você, cê trabalha de que? -       Eu sou pescador -       Então -       É que você é mais velho que eu -       Nãoooo -       Você é mestre, é comandante -       Fale com a menina aí. Sabe uma coisa que ele disse logo? Vai mentir muito não, que é mesmo, realmente é mesmo, a galera mente viu, mente mesmo, mas também tem umas, coisas que é certo, isso é verdade mesmo, mas muito mente, diz que pega uma lagosta, é mentira (risos).   Fragmentos da atividade Foto Livro História feita nas águas , realizada por Emely Santos , curso de Licenciatura em Artes Visuais/UFRN na disciplina Cultura Brasileira (2023.2).  

Lembranças. Anne Nathally de Brito Faustino

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  Lembrando-se do tempo, minha madrinha me contou, de quando brincavam sete crianças e sete lagoas se formou. Iam as sete todas juntas na cacimba buscar água, e na cuia eles batiam, tanto a cuia apanhava. Até que em dado momento ela se encheu de água. E quanto mais nela batiam, mais ainda dela jorrava. E então se assustaram e para um lado correu cada. E atrás de cada um deles, correu uma ponta de água E formou sete lagoas onde cada uma dava.   Diz ela que a igreja foi construída pelos holandeses num tempo que na lembrança já não cabia. E que embaixo de seu altar a cama de uma baleia havia.   Madrinha até hoje conta Que se deitar seu ouvido nele Era igual a uma concha Dava para ouvir o mar quebrar Já essa aqui contava Vó E tia ajudava   A história de duas crianças Pela mãe rejeitadas Uma menina e um menino Na lagoa foram jogadas   E em serpentes gigantescas Elas duas se tornaram   Até que em certo dia para a cidade retornaram Sua mãe esta...

Atividades realizadas por discentes do curso de Licenciatura em Artes Visuais/UFRN na disciplina Cultura Brasileira (2023.2)

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  Podem, assim, os amores Levar-te n’asa dispersos:   Minh’alma desfeita em flores E o meu coração em verso   Carlos Henrique da Cruz Mendonça Pintura inspirada nos versos do poema “De Longe” de Auta de Souza. Maria Eduarda Costa da Fé LENDAS E HISTÓRIAS DO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ/RN. O presente trabalho busca dar visibilidade à cultura de um povo. A ideia surgiu após a autora, a artista visual Maria Eduarda, perceber que, após oito anos vivendo no município de Extremoz/RN, não conhece o suficiente de sua cultura, de seus costumes e de seu povo. Há, então, uma noção de que não há políticas públicas ou incentivos populares para a propagação de suas peculiaridades como um povo e, pensando nisso, penso que talvez a arte consiga salvar, como sempre faz. Por isso, no trabalho procuro juntar algumas lendas populares e representá-las visualmente numa composição (uma ilustração digital, mas também pode ser   algo manual, como uma pintura acrílica em tela, pintu...

Apresentação de Monografia

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  MEMÓRIA, TRADIÇÃO E HERANÇA: O ACERVO FOTOGRÁFICO DO TERREIRO CANDOMBLÉ DE MÃE PRETA EM NATAL (RN)   JULIANA MYTZI CAVALCANTI SILVA   Apresentação da monografia de conclusão do curso de graduação em Ciências Sociais (Bacharelado) – UFRN. Dia: 20 Dez 2023, 09 horas Local: Auditório de Políticas Públicas/CCHLA/UFRN   RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo compreender quais e como fatores de natureza externa e/ou interna podem interferir na existência e manutenção de uma comunidade religiosa e de seu patrimônio cultural, explicando a mobilidade ou o fechamento do espaço, a partir da história oral de vida de Isabel Silva dos Santos e do acervo fotográfico do terreiro Candomblé de Mãe Preta, por ela dirigido. Neste processo de reconstituição da memória, utilizando-se do conceito de Fotobiografia (Bruno, 2014), esta monografia propõe a elaboração de operações de montagem do acervo fotográfico do terreiro, com o intuito não só de (re)contar visualme...

"Panela de Iemanjá"

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  A tradição do nagô pernambucano em Natal, após a passagem de Mãe Nem, tem sua continuidade religiosa em Mãe Maria de Biu (Maria de Obá), do bairro das Quintas. O Palácio de Iemanjá de Mãe Elione é um exemplo dessa linhagem ancestral na cidade.   Mãe Elione, 68 anos de idade, iniciou na religião ainda quando criança, por problemas de saúde , como ela destaca, fez obrigação e lavagem do ori com o Pai Luiz Gonzaga de Almeida (bairro de Nazaré) e continuou participando dos rituais religiosos até o seu falecimento.   Com o fechamento da casa, procurou o Pai Nino (bairro de Bom Pastor), que juntamente com Mãe Nem realizaram obrigações. Posteriormente fez o santo com Pai Miranda e Mãe Adinha. Atualmente sua relação religiosa está ligada à casa de Mãe Maria de Obá.    Neste domingo passado (dia 10) estive no Palácio de Iemanjá, um convite especial para participar do toque e entrega da panela de Iemanjá, conforme Mãe Elione, em um ritual celebrado por ela, Mãe Mari...

Mãe Aldelícia

  Mãe Aldelícia (Aldelícia Francisca de Araújo), Iyalorixá, 86 anos de idade, nascida no ano de 1937, no município de Santa Cruz-RN, mais de 50 anos dedicados à religião afro-brasileira, em especial a umbanda.   Frequentou o Centro Humilde de Caridade São Lázaro e fez iniciação com Tenente Barroso, babalorixá do referido Centro. Posteriormente, em 1973, fundou e passou a dirigir o Centro de Umbanda Cabocla Anair, localizado no bairro das Quintas. Sua casa é de umbanda, dedicada aos pretos velhos e caboclos, mas também faz rituais no candomblé, seguindo a prática umbandista.   Dedica-se, principalmente, ao atendimento das pessoas que a procuram. Realiza mesa de consulta, gira semanal de caboclo e festas eventuais, entre as quais: Oxóssi (janeiro), Nanã (fevereiro), Marujo (março), Ogum (abril), Pretos Velhos (maio), Xangô (julho), Oxum (agosto), Cosme e Damião (setembro) e Iemanjá (dezembro).   A mesa de consulta e cura realizada semanalmente nas quartas feiras...

Ensaio fotográfico: Entrega do presente para Iemanjá pelo Centro de Umbanda Cabocla Anair (bairro das Quintas, Natal – RN) sob a liderança da Iyalorixá Mãe Aldelícia (Aldelícia Francisca de Araújo, 86 anos de idade).

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  Fotos: Luiz Assunção.