Mãe Aldelícia (Aldelícia Francisca de Araújo), Iyalorixá, 86 anos de idade, nascida no ano de 1937, no município de Santa Cruz-RN, mais de 50 anos dedicados à religião afro-brasileira, em especial a umbanda.
Frequentou o Centro Humilde de Caridade São Lázaro e fez iniciação com Tenente Barroso, babalorixá do referido Centro. Posteriormente, em 1973, fundou e passou a dirigir o Centro de Umbanda Cabocla Anair, localizado no bairro das Quintas. Sua casa é de umbanda, dedicada aos pretos velhos e caboclos, mas também faz rituais no candomblé, seguindo a prática umbandista.
Dedica-se, principalmente, ao atendimento das pessoas que a procuram. Realiza mesa de consulta, gira semanal de caboclo e festas eventuais, entre as quais: Oxóssi (janeiro), Nanã (fevereiro), Marujo (março), Ogum (abril), Pretos Velhos (maio), Xangô (julho), Oxum (agosto), Cosme e Damião (setembro) e Iemanjá (dezembro).
A mesa de consulta e cura realizada semanalmente nas quartas feiras a noite é uma prática que ela traz da casa de seu pai, Barroso. Essa prática conta com a participação de um grande público do bairro e região adjacentes.
Em 2001, o referido Centro foi cadastrado pelo mapeamento dos terreiros de Natal, promovido pelo Grupo de Estudos Culturas Populares da UFRN. Por sua casa passaram vários pesquisadores e entre os trabalhos produzidos citamos o de Rafaela Meneses Ramos, “Okê, Caboclo! Um estudo etnográfico sobre a dança do caboclo na umbanda” (Monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais da UFRN, 2004, sob orientação do Professor Luiz Assunção).
No ano 2020, Mãe Aldelícia recebeu
o Prêmio Mestres e Mestras das Culturas Populares de Natal, reconhecimento por
sua contribuição no âmbito do patrimônio imaterial da cidade, promovido pela
FUNCARTE e Prefeitura Municipal do Natal.
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