segunda-feira, 28 de abril de 2025

Seminário de Pesquisa - Programação dia 28/04/2025

 

UFRN – CCHLA

DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

 

Seminário de Pesquisa

Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

 

Dia 28/04/2025 

Local: Auditório Prof. Fernando Bastos Costa - Instituto de Políticas Públicas - UFRN

14h Abertura: Prof. Luiz Assunção - Coordenador do GECPR

14h10 Mesa 1: 

 

Coordenação da Mesa:

Leonardo Mendes Álvares

Babaloriṣa do Ile Oṣaala e Doutor em Letras - PPGL/UERN

Prof. Luiz Assunção (Dep. Antropologia/UFRN) - Memória, documentos, website: o Arquivo Afro-Religioso das comunidades de terreiro - RN 

Profa. Maria Lúcia Bastos Alves (Dep. Ciências Sociais/UFRN) - Tecendo fios, desatando nós: desafios e perspectivas na REPECTUR

Profa. Irene de Araújo van den Berg (UERN) - Memórias praticadas: Natal e seu patrimônio religioso

 

15h30 Reflexões e debate

16h Intervalo

 

16h45min

Apresentação de Pesquisas

Coordenação: Prof. Luiz Assunção (DAN/UFRN)

 

A AGÊNCIA DAS ENTIDADES ESPIRITUAIS: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA ETNOGRAFIA EM UM TERREIRO EM MADRID

Lorran Lima

Doutorando. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – UFRN. Membro do Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades/DAN/UFRN

Resumo: O conceito de agência ocupa um lugar importante no debate antropológico, sendo discutido por diversos autores a partir de perspectivas teóricas distintas. Sherry Ortner (2007), por exemplo, explora a agência em relação a projetos individuais e coletivos, enfatizando o papel dos contextos sociais e das relações pessoais. Alfred Gell (2016), por sua vez, propõe uma teoria da agência dos objetos de arte, articulando dimensões materiais e simbólicas. Assim como Bruno Latour (2005) defende o debate sobre a agência de humanos e não humanos. Neste trabalho, proponho uma reflexão sobre o que venho denominando de agência das entidades espirituais, tomando como base a pesquisa etnográfica realizada no terreiro Ilê Ogum Oiá Axé Odara, em Madrid, entre 2023 e 2024. A pesquisa concentrou-se, entre outros aspectos, em analisar: a influência dessas entidades sobre os membros do terreiro; a recepção de seus conselhos e a dinâmica das adivinhações; as formas de diálogo estabelecidas entre o plano espiritual e humano, e as reações das pessoas diante das informações transmitidas pelas entidades. A pesquisa evidenciou que essas entidades exercem uma influência significativa na vida dos frequentadores do terreiro, sejam membros ou visitantes, atuando como mediadoras entre diferentes esferas da experiência social e religiosa.

Palavras-chave: antropologia das religiões; religiões afro-brasileiras; agência.

 

CAMINHANDO PELO DESCONHECIDO: AGÊNCIA ESPIRITUAL, EXPERIÊNCIAS E APRENDIZADOS  

Marcos Alexandre de Souza Queiroz

Doutorando. Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFBA. Professor. IFRN. Membro do Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades/DAN/UFRN.

Resumo: A proposta desta comunicação é refletir sobre as relações entre saúde e religiões afro-indígenas, enfatizando, por um lado, como manifestações espirituais nos hospitais mobilizaram médicos (Salvador e Recife) a fundar o campo de estudos conhecido como afro brasileiro, campo de pesquisa fundante da antropologia brasileira. Por outro lado, apresento as trajetórias de duas ialorixás nagô de Natal, que narram como foram acometidas por problemas de saúde e, entre atendimentos médico-hospitalares e casas de santo, adquiriram conhecimentos para identificar a origem espiritual de seus infortúnios. O acúmulo de conhecimentos concorreu para a compreensão das agências dos orixás, que exigiam respostas rituais como meio de apaziguá-los. Os caminhos trilhados pelos médicos e pelas ialorixás podem ser pensados como trajetórias pelo desconhecido, pois apenas com o desenvolvimento de investigações e na experiência direta acessaram um universo novo de saberes. Os médicos/antropólogos construíram um repertório etnográfico sobre o campo religioso e influenciou suas abordagens médicas. As ialorixás aprenderam como as agências espirituais se manifestam e o trato que precisam despender com as coisas do santo.

Palavras-chave: religiões afro-indígenas, nagô, agência, trajetória, saúde.


DOCUMENTANDO O SAGRADO: UMA EXPERIÊNCIA SOBRE O ACERVO RELIGIOSO DO ILÊ AXÉ BOGUNDÊ

Paulo Ricardo de Oliveira Alves

Graduado em Biblioteconomia. Departamento de Ciência da Informação/UFRN

Patricia Ladeira Penna Macêdo

Professora. Departamento de Ciência da Informação/UFRN

Resumo: O estudo investiga as fontes da religiosidade dos cultos afro-brasileiros no contexto do Rio Grande do Norte, tomando como referência o acervo religioso do Terreiro Ilê Axé Bogundê, localizado no município de Parnamirim. O objetivo deste trabalho é demonstrar como os objetos sagrados utilizados pelas religiões afro-brasileiras podem ser analisados enquanto fontes de informação acadêmica, a partir do contexto do Ilê Axê Bogundê, com a finalidade de colaborar na compreensão de como se caracteriza a religiosidade dos terreiros no território potiguar. De natureza exploratória e qualitativa, a pesquisa adotou o método histórico e monográfico, além do uso da documentação direta e entrevistas semiestruturadas com a sacerdotisa do terreiro. Como resultado, obteve-se a constituição de um conjunto documental estruturado em sete categorias, cada uma representando elementos do sagrado nas tradições religiosas da Jurema e do Candomblé. A pesquisa finaliza destacando o papel do registro escrito como recurso que facilita a análise dessas fontes fora do contexto religioso, ao mesmo tempo em que atua como instrumento de preservação e reconhecimento dos saberes e práticas das comunidades de terreiros no Rio Grande do Norte. Além disso, a participação da sacerdotisa foi essencial para o desenvolvimento do trabalho, pois ela intermediou o processo de documentação promovendo interação do conhecimento científico com o religioso.

Palavras-chave: Objetos Afro-religiosos; Fontes de Informação; Religiões Afro-brasileiras; Ilê Axé Bogundê; Ciência da Informação.

 

CONFLITOS, TRAJETÓRIAS, RESISTÊNCIA E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO DIA DO JUREMEIRO NO RIO GRANDE DO NORTE

Flaviana Maia Da Rocha De Sena Cunha

Graduanda em Ciências da Religião – UERN/Campus Natal

Flávio Anselmo De Lima Borba

Graduando em Ciências da Religião – UERN/Campus Natal

Genaro Camboim Lopes De Andrade Lula

Professor. UERN/Campus Natal

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o processo histórico de criação do marco legal do Dia do Juremeiro como parte da luta do Grupo de Articulação de Matriz Africana e Ameríndia do RN (GAMA) e sua contribuição para a ideia de preservação da tradição da Jurema Sagrada no Rio Grande do Norte. Este estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre os conflitos sociais por que passam os espaços de culto da jurema sagrada. Para efeitos de apresentação de parte desta pesquisa mais ampla neste Seminário, optamos por este recorte: o processo histórico de origem recente do Dia do Juremeiro no estado. Chamamos a atenção à análise deste episódio para formas alternativas de reflexão sobre a constituição do patrimônio material e imaterial, a partir da compreensão de como símbolos religiosos são alvos de disputas políticas por sua legitimidade.

Palavras-chave: jurema sagrada, religião, patrimônio, etnografia de controvérsia

 

 

 

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