Comunidade Quilombola do Jatobá
Patu - RN
A Revista Cronos é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN por meio impresso e digital. A versão eletrônica pode ser acessada, de forma integral e gratuita, pelo site: www.cchla.ufrn.br/cronos
O atual número da revista publicou o Dossiê Narradores do sensível. Além deste, demais artigos, resenhas, entrevistas, poemas, e resumos de dissertações e teses, defendidas no PPGCS.
Sumário:
A paixão pelo entendimento: Claude Lévi-Strauss e a universalidade da cultura.Edgard de Assis Carvalho – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Merleau-Ponty e Lévi-Strauss: narradores do sensível?Abrahão Costa Andrade – UFRN
Claude Lévi-Strauss e a experiência sensível da Antropologia. Mariza Martins Furquim Werneck – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Percepção e motricidade.Iraquitan de Oliveira Caminha – UFPB
Fenomenologia, educação física, desporto e motricidade: convergências necessárias.Wagner Wey Moreira – UFPA e Terezinha Petrucia Nóbrega – UFRN
Claude Lévi-Strauss e três lições de uma ciência primeira.Maria da Conceição Xavier de Almeida – UFRN
Sentir, olhar, ler, escutar: Claude Lévi-Strauss, Maurice Merleau-Ponty, narradores do sensível. Maria Isabel Brandão de Souza Mendes – CEFET/RN e Wani Fernandes Pereira – UFRN
Merleau-Ponty: o corpo como obra de arte e a inexatidão da verdade.Terezinha Petrucia da Nóbrega – UFRN
Merleau-Ponty e a história.Salma Tannus Muchail – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Nação, estado e raça em Manoel Bomfim: a “impertinência” bomfiniana em torno da identidade nacional.Jean Carlo de Carvalho Costa – UFPB
Quadriálogo sobre Claude Lévi-Strauss e Merleau-Ponty.Edgard de Assis Carvalho – PUC-SP; Maria da Conceição X. de Almeida – UFRN e Terezinha Petrucia da Nóbrega – UFRN. Entrevistados por Alex Galeno – UFRN
Poemas.Sanderson Negreiros
O suplício do Papai Noel. Kesia Cristina França Alves – UFRN
Vida para consumo. A transformação das pessoas em mercadoria. Rejane Guedes Pedroza – UFRN
Dossiê Narradores do sensível. Revista Cronos. Natal: PPGCS/UFRN, 2009.
ISSN: 1982 5560.
Em 1999, ElianeTânia, publicou um bonito livro de poesias - Bordeaux com asas, de onde retirei...
delicadeza
de tudo quanto não dizes faço tramas e belo é o traço, e o tempo
são dedos que brincam sob as cobertas
palavrões delicados para ouvidos sonsos
que queres, criança,
não vês que amor é brinquedo de gente grande?
então, por quê me chamas?
desdobra-te em versos
Tânia é professora no Departamento de Antropologia da UFRN e além das aulas, gatos e poesias escreve nos blogs http://elosenos.blogspot.com e http://bronislawww.blogspot.com.
Nos últimos anos venho acompanhando as atividades realizadas pelo Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento, do Deptº de Educação Física da UFRN, seja participando dos seminários de pesquisa ou das bancas de conclusão de curso.
Recentemente a EDUFRN publicou o livro Escritos sobre o corpo, organizado pela professora Dra. Petrucia Nóbrega. Trata-se de uma coletânea produzida a partir dos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores vinculados ao GEPEC e ao Programa de Pó-Graduação em Educação da UFRN.
O livro tem como referência central o conhecimento sobre o corpo na filosofia, na ciência, na arte, nas práticas corporais, na mídia, entre outros contextos sociais e educacionais. Como afirma a organizadora, estes escritos “traduz de forma mais intensa a idéia do corpo como referência primeira do conhecimento e a escrita como referência segunda, ambas entrelaçadas nas dimensões da cultura e da linguagem”.
O livro está organizado em sete capítulos:
1. O olhar, o corpo, a arte: uma narrativa fenomenológica – Terezinha Petrucia da Nóbrega;
2. A poética do corpo na dança butô – Larissa Kelly de Oliveira Marques Tibúrcio;
3. Dançar é educar: refazendo conexões entre corpo e estética – Karenine de Oliveira porpino;
4. Corpo e estética no bumba-meu-boi – Raimundo Nonato Assunção Viana;
5. Body art e existência: o conhecimento do corpo na Educação Física – Rosie Marie Nascimento de Medeiros;
6. Ideologia do ser saudável e cuidado de si – Maria Isabel Brandão de Souza Mendes;
7. Os agenciamentos do corpo na revista Saúde – Eduardo Ribeiro Dantas;
Recebi da SOUESP uma mensagem escrita por Dr. Hédio Silva Jr. comentando sobre o caso das primeiras prisões por intolerância religiosa no Brasil (ver postagem dia 07/07).
Intolerância Atrás das Grades
No último mês de junho a Justiça carioca determinou a prisão de duas pessoas acusadas de discriminação contra as Religiões Afro-brasileiras. Foram presos o Pastor Tupirani da Hora Lores e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato, ambos da Igreja Geração Jesus Cristo.
Em 2008 Afonso Henrique já havia sido acusado de invadir e depredar um Terreiro de Umbanda na Z. Norte do Rio. Não bastasse isso, a dupla publicou na internet uma mensagem em que atacava as leis, as Religiões Afro-brasileiras, as polícias Civil e Militar e as Forças Armadas.
Ao tomar conhecimento da mensagem a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, do Rio de Janeiro, acionou as autoridades e exigiu a punição dos criminosos. Foi assim que pela primeira vez na história alguém acusado de discriminação contra as Religiões Afro-brasileiras foi parar na cadeia.
Merece nosso aplauso o trabalho do Babalaô Ivanir dos Santos e de todas as lideranças religiosas e autoridades públicas que compõem a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, do Rio de Janeiro. A atuação da Comissão e das autoridades foi fundamental para que este caso se tornasse um exemplo e um sinal de esperança para todo o país. Também é verdade que esta vitória pertence a todo o Povo de Santo, a todos que lutam contra o racismo, a discriminação e a intolerância religiosa.
Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso.
No acesso ao trabalho, à escola, à moradia, à órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião.
O mesmo se aplica ao uso de transporte público, prédios residenciais ou comerciais, bancos, hospitais, presídios, comércio, restaurantes, etc.
A mais alta Corte brasileira, o Supremo Tribunal Federal, já decidiu que a discriminação religiosa é uma espécie de prática de racismo. Isto significa que o crime de discriminação religiosa:
1. é inafiançável (o acusado não pode pagar fiança para responder em liberdade);
2. é imprescritível (o acusado pode ser punido a qualquer tempo).
A pena para o crime de discriminação religiosa pode chegar a 5 anos de reclusão, conforme previsto na Lei 7.716/89, conhecida como Lei Caó.
No caso de discriminação religiosa a vítima deve procurar uma Delegacia de Polícia e registrar a ocorrência. O Delegado de Polícia tem o dever de instaurar inquérito, colher provas e enviar o relatório para o Poder Judiciário.
No estado de São Paulo temos a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, criada na gestão do governador Geraldo Alckmin.
A DECRADI, como é conhecida, possui uma equipe de policiais especializados nestes tipos de crimes e atua em todo o estado, capital e interior. A Delegada Titular, Dra. Margareth Barreto, é uma profissional que se destaca pelo diálogo com a sociedade civil, com as entidades representativas das Religiões Afro-brasileiras e demais movimentos sociais que lutam contra a discriminação. Vários foram os eventos da Umbanda e do Candomblé que contaram com a presença e a valiosa contribuição da Dra. Margareth Barreto.
Voltando às prisões ocorridas no Rio, duas lições merecem atenção:
1. vale a pena lutar, conscientizar o Povo de Santo, acreditar nas leis e nas instituições;
2. quanto maior a mobilização do Povo de Santo mais atentas ficarão as instituições e maiores serão as chances de combatermos a intolerância religiosa.
Tupirani e Afonso já foram colocados em liberdade mas irão responder ao processo penal por discriminação religiosa. Se condenados, perderão os benefícios da primariedade e aprenderão a respeitar as Religiões Afro-brasileiras.
Parabéns à Justiça brasileira. A propósito, anote e guarde consigo os contatos da Decradi:
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. R. Brigadeiro Tobias, 527, 3º and., Bairro da Luz. Fone: 3311-3555/3311-3556/3311-3557/3311-3558, São Paulo-SP.
Dr. Hédio Silva Jr., Advogado, Mestre em Direito Processual Penal e Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, ex-Secretário de Justiça do Estado de São Paulo (governo Alckmin). Diretor Executivo do CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.
Este e-mail pode e deve ser redistribuido a todos, no entanto mantenha a autoria e fonte original. Alexandre Cumino: Jornal de Umbanda Sagrada.
Ainda é cedo
Para te proclamar livre.
Já é tarde
para adiar teu vôo.
Não renuncio a ti
ao teu montanhoso dorso
onde em cada curva
travo uma luta.
Às vezes sou vencida
Pelo silêncio de granito.
O que há na vida que eu não te sirva?
Marize Castro. Fragmento da poesia Duelo publicada no livro Marrons, crepons, marfins.
Marize Castro, natalense, jornalista, poeta, escritora. Publicou: Marrons, crepons, marfins (1984), com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Fundação José Augusto em 1983; Rito (1993); Esperado ouro (2005); Além do nome (2008). Recebeu o Prêmio Othoniel Menezes (1998). Foi editora do jornal cultural O Galo (1988 a 1990) e atualmente é editora da UNA.