sábado, 1 de maio de 2010

O encontro com mestres juremeiros

Babá Karol, 1988.
(Foto: Cazé)

Em 1988 visitei pela primeira vez um terreiro de umbanda. Foi o de Chico Alves, no bairro Dix-sept Rosado, em Natal. Fizemos uma longa entrevista, assistimos rituais, fotografamos, conhecemos sua história e sua casa.

Este encontro se deu no contexto do estudo da coleção religião afro-brasileira composta por dezena de peças, pertencente ao acervo do Museu Câmara Cascudo da UFRN. A idéia partiu da diretora do departamento de museologia, professora Wani Fernandes, que coordenou o projeto e convidou-me para integrar a equipe de trabalho.


Durante a realização do estudo da coleção, Chico Alves nos ajudou na identificação e descrição de muitos dos objetos. E mais que isso, nos indicou outros sacerdotes da religião, como Babá Karol e Joãozinho de Iemanjá.


Concluído o estudo, o fascínio pela Jurema tinha se instalado em mim. Resolvi caminhar sozinho, em busca da Jurema. Fui à busca de Karol e de sua prática religiosa. Lá encontrei um pouso certo, mas inquieto resolvi navegar atrás de outros portos e fui descobrindo muitos outros juremeiros e umbandistas, como Geraldo Guedes, Geraldo do Caboclo, Rivaldo, Zé Clementino. Desde então nunca mais parei de navegar e estou sempre pousando na casa dos herdeiros desses e de outros grandes mestres. No entanto, estas águas navegadas deixaram-me de levar ao encontro de tantas outras pessoas das quais tenho escutado referências e que gostaria de tê-las conhecido.

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