Nesse dias de campanha política sabemos que é possível encontrar um desses pretendentes a carreira legislativa nos mais diferentes lugares, inclusive naqueles espaços que em outro contexto provavelmente ele não iria – como no terreiro ou barracão. Agora se apresenta como amigo. Acha bonito o ritual. É possível até ensaiar uns passos e cantarolar uns pontos. Mas será que em outra situação ele (o pretendente a político) estaria por perto? Freqüentaria as giras e as festas?
É bom não esquecer: com quais poucos contamos quando o terreiro ou o barracão é alvo dos vizinhos e daqueles que nos olham como inimigos, desrespeitando nossos espaços sagrados? Que faremos quando fecham nosso espaço? Quando temos que fazer a via cruces das delegacias e processos? Todos nós sabemos e conhecemos vários casos e das dificuldades para resolvê-los. Nessas situações, será que contamos com algum político? Qual deles tem a coragem de assumir a defesa de uma prática religiosa discriminada pela sociedade?
Deveríamos nos perguntar sobre quem é a favor do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa? (plano que mais uma vez teve seu anúncio protelado, inclusive com o apoio da bancada evangélica). Só para lembrar, esse plano legalizaria os imóveis em que funcionam terreiros de umbanda e candomblé, além de prever o tombamento de templos das religiões de matriz africana.
As questões são muitas. É bom não esquece-las. Poderíamos até amplia-las e buscar saber quais os políticos do congresso nacional que se colocam contra o Decreto Presidencial nº 4.887/2003, que regulamenta o Artigo 68 do ADCT da Constituição Federal, sobre o reconhecimento de direitos de propriedade da terra das comunidades quilombolas.
Nesses tempos é o que mais vemos, o grande descaramento da nata politiqueira correndo acima e abaixo, enfrentando e quebrando temporariamente os preconceitos dos moralismos de uma sociedade cheia de restrições e porquês.
ResponderExcluirDevemos pensar bem direitinho...de tostão em tostão se chega ao milhão e assim é com os votos. Não disperdicemos a oportunidade de votar sempre com muita consciência.
ResponderExcluirPrezados, é por aí mesmo e para pensar um pouco que coloquei o post. Abração.
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