quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Grupo de Trabalho na Semana de Antropologia da UFRN 2018


Semana de Antropologia UFRN 2018

Mesa "Antropologia na UFRN" com a particição dos professores Elisete Schawde e Luiz Assunção. Coordenação do professor Paulo Victor Leite Lopes.
 


 






 

Semana de Antropologia da UFRN

XVI Semana de Antropologia da UFRN - Abertura e entrega do Prêmio de melhor dissertação de Mestrado a Marcos Queiroz ("Em casa de catiço: etnografia dos Exus na Jurema") - orientação: Luiz Assunção.
 
 

 

 

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Racismo religioso

A intolerância religiosa não é um fenômeno recente. A história registra e nos faz conhecer alguns desses terríveis momentos. Apenas para ficarmos no cenário potiguar cito o registro de Cascudo no livro “Meleagro” que narra a prisão de casal por praticar ritual do catimbó-jurema e que são obrigados a realizar o ritual na própria delegacia.  
Conheci alguns dos antigos religiosos afro-brasileiros de Natal que narravam proibições, perseguições, prisões, por praticar a religião. Seu Geraldo Guedes, Babá Karol, Geraldo do Caboclo, dona Olívia Muniz, já falecidos. Seu José Clementino, do bairro das Rocas, lúcido, em seus 80 e poucos anos, pode contar essa história.  
Os religiosos que estão aqui também têm seus registros da intolerância vivida. Se pessoalmente não viveu, no mínimo conhece alguém vítima da intolerância religiosa. Essas pessoas têm nome, endereço; são trabalhadoras e trabalhadores; pagam impostos.  
A primeira vez que ouvi um desses relatos foi no final dos anos de 1980. Os vizinhos tinham jogado pedra no telhado do espaço religioso na hora da realização do ritual. Na sequencia, fui ouvindo mais e mais relatos. E eles foram ganhando forma e complexidade diferentes.  
O vizinho registra queixa na delegacia. O motivo! O som dos atabaques. O trabalhador é agredido fisicamente em sua própria rua por pertencer a um terreiro. Na localidade de Guanduba, uma comunidade age de forma intolerante impedindo o funcionamento da casa religiosa. Pai de santo se torna réu em um processo fruto de acusação sem fundamento legal. Na escola, criança é qualificada como praticante de religião do diabo. Pessoas públicas se posicionam de forma preconceituosa e intolerante.  O monumento a Iemanjá é depredado. 
Desqualificação, ofensa em palavras, agressão física, violação por parte do Estado brasileiro. Esse é o quadro. 
Sou um pesquisador, mas é claro que minha fala é também permeada por afetos e respeito pela religião, pelas religiosas e religiosos, aprendidos ao longo dessas ultimas três décadas de trabalho.
Em nossos estudos inicialmente acreditávamos que a questão podia ser compreendida como parte da disputa por mercado de bens simbólicos; disputa por público. Logo percebemos que também existia outro componente, que corresponderia a uma forma muito particular de racismo.  A intolerância religiosa assume formas e contornos racistas cada vez mais complexas. O que chamamos de intolerância religiosa se transforma em um racismo religioso que desqualifica, persegue, criminaliza.  
Outros dois fatores compõem o campo de análise, somando-se aos dois pontos que acabei de especificar. Trata-se da fragilidade socioeconômica e institucional das comunidades de terreiro, como a laicidade do Estado brasileiro.  
É certo que esta audiência tem um compromisso – debater o vilipêndio da estátua de Iemanjá e apontar encaminhamentos de resolução. Particularmente quero ressaltar que a estátua deve ser tomada como um bem simbólico, expressão de representações do mundo cultural e, como tal, concebida como monumento público da cidade do Natal, o que implica, no mínimo, em responsabilidades por parte do poder público municipal.  
Todavia, volto a destacar que a questão é mais ampla. Não é específica da estátua de Iemanjá. A questão da intolerância religiosa está presente na escola, na rua, no bairro, nos espaços públicos e nos espaços institucionais. Trata-se de questões que atinge diretamente a premissa inviolável do direito de culto manifesto na Constituição Federal de 1988.
 
Comunicação proferida na Câmara Municipal de Natal durante a audiência pública promovida pelo mandato da Vereadora Natália Bonavides sobre intolerância religiosa.

domingo, 22 de julho de 2018

Defesa do abate religioso


No próximo dia 9 de agosto o Supremo Tribunal Federal-STF vai votar um recurso interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, contra a decisão da justiça gaúcha que reconhece o direito do abate religioso de animais em rituais das religiões afro-brasileiras.
O princípio desse processo nasceu em 2004 quando o Tribunal de Justiça do RS assegurou vitória as religiões afro-brasileiras no sentido de reconhecer a constitucionalidade do abate religioso de animais. Em 2017 o Tribunal de Justiça de SP, realizou um julgamento sobre o mesmo tema e decidiu ser uma prática legal.
A prática do abate religioso de animais para fins litúrgicos e alimentares não se limita as religiões afro-brasileiras, uma vez que judeus e mulçumanos também a incorpora ao seu universo religioso. A posição contrária a esta prática religiosa, assumida por certos setores da sociedade brasileira, se reveste de uma postura, no mínimo racista, como tantas outras que se constituem historicamente contra a cultura de matriz africana no Brasil.

 

Nota emitida pelo Centro Espírita de Umbanda Cacique Tupinambá – Ceará Mirim, RN


quarta-feira, 18 de julho de 2018

Casa das Águas


Casa das Águas 

A primeira vez que estive com Pai Zé Maria de Oxum (José Maria de Góis) foi no ano de 2005, em sua primeira casa, localizada na Rua Tocantínea, Conjunto Pajuçara. Na época fazia pesquisa na Zona Norte de Natal e tinha a oportunidade de conhecer os terreiros da região. Eram muitos os terreiros existentes. Em termos estatísticos, um pouco mais de cinquenta por cento dos terreiros da cidade estavam naquela recente área de expansão habitacional da cidade. Muita casa aberta por jovens; alguns provenientes de antigos barracões da cidade. Entre eles Pai Zé Maria. Sua avó, Luiza Gabriel de Góis, tinha um terreiro na Redinha.  

Aos 14 anos de idade, Pai Zé Maria de Oxum faz a primeira obrigação, passando a se dedicar ao santo e a jurema. Mestre Zé Pelintra e Preta Velha Mãe Tuntum são as entidades que conduzem os trabalhos na casa. A comunidade cresceu. Foi necessário buscar outro espaço que pudesse comportar os muitos filhos e filhas, as atividades e permanentes funções da Casa das Águas. 

Casa das Águas – Novo Horizonte (Pajuçara), Natal-RN.

Casa das Águas











De volta

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Quilombolas de Capoeiras



Quilombolas de Capoeiras: resistência, território e identidade - livro de autoria da professora Francisca Miller, foi lançado recentemente pela Editora da UFRN, em formato e-book, encontra-se disponível no link:


O trabalho foi apresentado inicialmente como relatório antropológico para subsidiar o processo de regularização fundiária da comunidade quilombola de Capoeiras – município de Macaíba – RN, parte do convênio celebrado em 2005 entre o INCRA/MDA e a UFRN/FUNPEC/Departamento de Antropologia, que visava proceder a estudos de identificação e delimitação dos territórios de comunidades quilombolas no estado do Rio Grande do Norte.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Maracatu Nação Leão Coroado


A bailarina do Balé Parafolclórico da UFRN, Isabel Batista Freire, apresenta amanhã, dia 28 de fevereiro, às 09 horas, no Auditório de Educação Física, sua dissertação de mestrado “Maracatu Leão Coroado como fruto da árvore da vida: por um caminho de conhecimento simbólico e estético na Educação Física”.
O objetivo da dissertação é contribuir para ampliar olhares na área da Educação Física, para que ela possa ser “um campo com uma trajetória que transcende cada vez mais as couraças impostas por perspectivas que tornam seus saberes verdades absolutas e não novas formas de pensar os horizontes do conhecimento”. Nessa perspectiva, o Maracatu “transcende aos limites da vivência física ou biológica, destacando-se a sensibilidade do ser, visto que, nela existem sentidos e significados”.
A dissertação foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação Física e teve como orientadora a professora Rosie Marie Nascimento de Medeiros (Departamento de Educação Física da UFRN).

 

Práticas Jurídicas


Núcleo de Práticas Jurídicas atende população carente a partir de segunda

O Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), inicia, nesta segunda-feira, 26, as atividades do primeiro semestre de apoio jurídico à população de Natal com renda igual ou inferior a dois salários mínimos, nas áreas de Direito da Família, Direito Sucessório e do Consumidor.

Os primeiros atendimentos acontecem de segunda à quinta-feira, no horário das 8h às 11h30 e das 14h às 17h30. Nesse atendimento, o cidadão deve levar os seguintes documentos: Identidade, CPF, Comprovante de renda, Comprovante de Residência, além de documentação necessária para instruir o processo.

Todo atendimento é gratuito e realizado por alunos do Bacharelado em Direito da Universidade com supervisão de professores e profissionais da área. Em 2017, o Núcleo proporcionou prática a mais de 500 alunos do Bacharelado em Direito do CCSA através da realização de 569 atendimentos - 242 novos assistidos e 327 atendimentos de retorno - 116 ações ajuizadas, participação da equipe em 100 audiências decorrentes de processos ajuizados pelo núcleo e cumprimento de 379 prazos judiciais.

O NPJ fica localizado no Setor I do Campus Central da UFRN, próximo ao campo de futebol. Outras informações podem ser consultadas no site www.ccsa.ufrn.br/npj, através dos telefones (84) 3342-2309, 9 9193-6459, 9 9167-6595 ou pelo e-mail npjufrn@gmail.com.

Fonte: Boletim Diário da UFRN – Natal/RN, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018 – nº 36 – Ano XVII

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Mapeamento dos terreiros de Natal

AVISO:
 
Problema técnico resolvido. O site do "Mapeamento dos terreiros de Natal", voltou a funcionar.
 
Para acessar é só clicar no link abaixo:

http://cchla.ufrn.br/mapeamentodosterreirosdenatal/

Sobre parar, refletir e retornar

  Prezada amiga, amigo, leitoras, leitores, visitantes do Blog. Estamos de volta aos escritos. Por esses dias estivemos a pensar sobre nos...