Esses dias tenho andado muito cheio. Além das atividades cotidianas, esta semana iniciei o semestre letivo nos cursos de pós-graduação em ciências sociais e antropologia (níveis de mestrado e doutorado). A disciplina chama-se “Memória e Oralidade” e tem como objetivo refletir sobre os conceitos de memória, tradição e oralidade em autores como Henri Bergson, Maurice Halbwachs, Georges Balandier, Paul Zumthor, Walter Benjamin, entre outros.
O primeiro dia de aula não foi diferente dos semestres anteriores, é sempre um dia de tensão e ansiedade, parece véspera e dia de estréia. E não deixa de ser: terei uma espécie de palco, uma nova platéia para interagir e um enredo para ser exposto. Preparei a aula, arrumei os livros, organizei os materiais didáticos de apoio. Tudo estava sob controle, mas uma série de questões me vinha à mente: Como é a turma? Por que fizeram matrícula em meu curso? Qual o interesse? Será que tem algum aluno chato, tipo aquele que dar vontade de você mandar ir embora? Enfim, como será a recepção e o estímulo para se continuar na descoberta e encantamento da arte de ensinar?
Embora desde as férias de janeiro que venho preparando o curso, as atividades não cessam, ao contrário, é reler os autores, fazer os fichamentos, preparar os roteiros de aula. Foi isso também o que fiz neste final de semana, tendo como foco Bergson e sua teoria sobre a memória e o papel da lembrança. Agora a tarefa fundamental é organizar os vários compromissos que tenho a cumprir (como por exemplo, o Blog) e manter a dinâmica da trajetória da vida.
Gosto muito de lembrar um comentário de Paul Zumthor sobre seu trabalho no ensino: “Como todo mundo, tive de lutar contra certas dificuldades da profissão, mas desde que me tornei mestre de meus instrumentos passei a ensinar com prazer...”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Uma cidade desconhecida sob o nevoeiro
Quando viajo, gosto de organizar uma agenda para ver o que está a acontecer na programação cultural local. Em minha recente e rápida estad...
-
Em 1864, dois anos após a extinção dos aldeamentos indígenas na freguesia de Alhandra, inicia-se a medição e demarcação das terras indígenas...
-
A mesa é a principal cerimônia ritualística da Jurema, realizada em sessões reservadas de consulta ou durante as festas públicas de consagr...
Parabéns pelo inívio de mais um ano letivo. Sei que será um sucesso, pois tê-lo como professor é, sem dúvida nenhuma, um privilégio que aos poucos todos vão compreendendo.
ResponderExcluirVida Longa, Mestre Assunção.
Obaositala, muito obrigado pelas palavras. Muita paz para vc. Abraço, Luiz Assunção.
ResponderExcluirLanna: que bom saber seu comentário... Seja bem vinda. Grande abraço, Luiz.
ResponderExcluir