Nem todas as coisas
calharam acontecer
mas todas foram
desejadas
e assim
as dou por acontecidas:
o beijo que roubei
ao sol da meia-noite
a tua presença
com um whisky na mão
Quase ouvi
- sou teu...
num final de tarde
Ao seguir teus passos
com total cuidado
para não partires
penso que encontrei bilhetes
de “volto logo”
Mas disso tudo
tenho a nítida certeza
de que deixei poesias
desfolhadas
nos quatro cantos de um quarto
que escondeu
meu amor clandestino.
Ana Luiza Burlamaqui da Penha
Esta poesia encontra-se no livro “Das apresentações”, lançado por Ana Luiza na ultima quinta feira. A autora, em 2008, venceu o Prêmio Literário Otoniel Menezes, promovido pela Fundação Capitania das Artes da Prefeitura de Natal.
Na capa do seu livro, escreve: “Muitos dos meus poemas estavam guardados, embora tivessem ganho publicações no site Overmundo e num blog extinto. Só agora resolvi me dedicar a produzir algo não para um concurso, mas para refinar as palavras e estou contente com a possibilidade de mostrar meus poemas aos olhos do público”.
“Encontrei na poesia uma maneira de tentar entender o mundo e de me fazer entender” (Ana Luiza).
e-mail: analuiza8@msn.com
Oi Luiz,
ResponderExcluirOlha eu aqui. Achei belíssimo o poema. De uma sensibilidade tocante. Você está profissional nessa história de blog, heim!? Até mais Irene