terça-feira, 10 de abril de 2012

Fundamentalismo e conflitos políticos

O Seminário Krisis, atividade que faz parte da Bienal do Livro de Brasília, trará nomes internacionais para o debate de temas como Ideologia, Religião, Meio Ambiente e Economia.
O seminário começa com “Fé, fanatismo e conflitos políticos no mundo atual”, tendo como convidados o brasileiro Leonardo Boff e o paquistanês Tariq Ali. Ficará a cargo do teólogo e professor Leonardo Boff uma abordagem mais espiritualizada do tema, enquanto Tariq Ali deverá lançar seu olhar crítico à realidade política internacional.
TARIQ ALI é um escritor e cineasta nascido no Paquistão e com formação na  Universidade de Oxford, Londres. O escritor começou a ganhar notoriedade ainda jovem, durante a Guerra do Vietnã, quando manteve debates acirrados com figuras como Henry Kissinger. Desde então, tornou-se um crítico ferrenho das políticas externas dos Estados Unidos e de Israel. Tariq Ali publicou mais de duas dezenas de livros sobre história e política internacional, além de novelas ficcionais. Sua relação com o Brasil já é estreita: ele esteve presente nas edições de 2003 e 2005 do Fórum Social Mundial e é um dos signatários do Manifesto de Porto Alegre. Algumas de suas obras podem ser encontradas nas livrarias brasileiras, desde a recente “A Noite da Borboleta Dourada” (último da série Quinteto do Islã) até “Bush na Babilônia: a Recolonização do Iraque”, passando por ”Confronto de Fundamentalista”, “Redenção” e “Mulher de Pedra”.

No dia seguinte, 19 de abril, o tema será Meio Ambiente – A idade dos limites: o mundo em busca de uma nova relação com a natureza. Na mesa, nomes como a indiana Vandana Shiva, física e ativista ambiental, o inglês John Gray e o brasileiro Cid Tomanik Pompeu, especialista no campo das águas.

VANDANA SHIVA - Física e ativista ambiental, a indiana Vandana Shiva nasceu no Himalaia, em 1952. É autora de várias publicações que percorrem temas importantes como fome, biopirataria e preservação de florestas. Figura de destaque no movimento anti-globalização, participa ativamente na luta em favor das sementes como patrimônio da humanidade e em programas sobre biodiversidade. Na década de 1970, participou do Movimento das Mulheres de Chipko, no qual mulheres se amarravam a árvores para impedir sua derrubada e o despejo de lixo atômico na região. Entre os títulos já lançados no Brasil estão Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento (Vozes, 2001), Monoculturas da mente (Global, 2004), Guerras por água (Radical Livros, 2006).

Na sequência, terá o debate sobre Ideologias – O fim das utopias e a ditadura do mercado, contando com a participação, entre outros, de John Gray e do filósofo brasileiro Vladimir Safatle.
JOHN GRAY – Filósofo inglês. Previu, em 1998, que os delírios do capitalismo global levavam a uma falsa impressão de prosperidade. Para ele, a convencional política de esquerda e direita não é mais viável. O autor faz duras críticas ao neoliberalismo, ao livre mercado e a algumas correntes atuais do pensamento ocidental, como o humanismo. John Gray foi professor de algumas das mais conceituadas universidades ocidentais, como Oxford, Harvard e Yale, mas abandonou uma carreira acadêmica brilhante para se dedicar a escrever. Recentemente, artigos que escreveu e publicou ao longo de 30 anos – de 1983 a 2008 – foram reunidos e editados sob o título Gray’a Antomy. Na década de 1990, converteu-se em ativo defensor do meio ambiente.

No sábado, dia 21, a discussão será sobre Economia: A terra treme: grandes mudanças e perspectivas na economia mundial, com a participação de Luiz Gonzaga Belluzzo e Luís Nassif. E o último encontro, na segunda-feira, dia 23, o debate sobre Literatura Brasileira – A era de ouro e a produção atual vai reunir os autores Silviano Santiago, Mário Prata e Alcione Araújo.

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