Era uma manhã cinzenta e de frio bravo.
Um amanhecer no fim de junho de 1973, cheguei a Montevidéu
no vapor que atravessa o rio vindo de Buenos Aires.
Eu estava em pé na proa. Tinha os olhos fixos na
cidade que lentamente avançava na neblina.
Minha terra tinha sido atingida por duas desgraças e
eu não sabia. Paco Espínola estava morto e os militares tinham dado um golpe de
Estado e tinha dissolvido os partidos, os sindicatos e todo o resto.
GALEANO, Eduardo. Dias
e noites de amor e de guerra. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978, p.
86.
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