Exame de tese
Dia: 23/04/2015 (quinta-feira) -
Horário: 09:00 h
Local: UFRN – CCHLA – Auditório C
As árvores me começam.
O mundo por Manoel de Barros ou
“estado de poesia” em Manoel de Barros
Kelson Gerison Oliveira
Chaves
Esta tese tem como objetivo principal refletir sobre a obra
poética de Manoel de Barros em sua dimensão sociocultural, tomando, como fio
condutor para esta tarefa, a noção de “estado de poesia”, que é construída pelo
autor ao longo de sua obra. Procura-se compreender como se dá a caracterização
desse “estado de poesia”, bem como a busca por alcança-lo, considerando-se que
pela compreensão de tal busca e caracterização pode-se apreender um testemunho
e uma visão do autor mato-grossense sobre a sociedade contemporânea. Com esse
intuito, aborda-se o conceito de poesia presente em Manoel de Barros – fruto de
seu constante exercício metalinguístico -, bem como a construção de alguns
personagens poéticos que compõem sua obra, quais sejam: o Poeta, o Andarilho, a
Criança, o Índio e o Bugre, e Bernardo da Mata. Esses personagens são elementos
fundamentais em sua poética e, representando sujeitos em “estado de poesia”,
tematizam várias questões que dizem respeito à contemporaneidade. Em síntese,
procura-se argumentar que há, na poética de Manoel de Barros, um conjunto de
valores e ideias sobre a vida, a sociedade, a poesia, o ser humano e o mundo
que, em conjunto, dão forma a uma reflexão sobre nossa sociedade e tecem uma
alternativa de existência diferente da que temos; essa alternativa é plasmada
num “estado de poesia”, estado que, em Manoel de Barros, acaba personificando
um ideal de existência para a humanidade. Com efeito, a caracterização e a
busca por alcançar um “estado de poesia”, na obra de Manoel de Barros, levam
sempre à negação de certos valores e instituições sociais hegemônicas do mundo
contemporâneo, configurando-se como um elemento basilar na construção de uma
crítica social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário