sábado, 31 de dezembro de 2022
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
Munangada
Estudantes
de Ciências Sociais da UFRN, sob orientação da professora Ana Gretel, publicam
o resultado da pesquisa realizada sobre o antropólogo Kabengele Munanga. Todo
material do estudo está disponível no site
Munangada. O lançamento acontece hoje, 15/12, às 13 horas, no Setor de
Aulas 2 (CCHLA/UFRN), Sala B1.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
terça-feira, 6 de dezembro de 2022
Abertura do Seminário ESTESIA
Amanhã (07) estarei participando da abertura do Seminário de Pesquisa do Grupo ESTESIA - Departamento de Educação Física da UFRN. A palestra tem por título "Mundo vivido: experiências, afetos, emoções" e a proposta é partir do conceito de "mundo da vida" de Edmund Husserl, sobretudo as dimensões de experiência e intersubjetividade desenvolvidas pelo pensador, para refletir sobre abordagens qualitativas na pesquisa em antropologia.
domingo, 4 de dezembro de 2022
ENCRUZILHADAS: Iemanjá e o bispo
Iemanjá e o bispo: controvérsias públicas entre católicos e religiosidades afro-brasileiras no espaço público carioca.
Professora Dra. Joana Bahia (UERJ).
DIA: 08/12/2022
HORA: 19:00
YouTube - PPGAS UFRN
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
terça-feira, 15 de novembro de 2022
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
ENCRUZILHADAS
No próximo dia 17 de novembro a partir das 19h, teremos um encontro com Simone Pereira de Sá, professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, LabCult, pesquisadora CNPq, tendo por tema:
"As guerras culturais do pop: Fãs, vilanização e cancelamento de Karol Concá".
O evento é organizado pelo Grupo de Estudos Culturas Populares com apoio do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFRN), Departamento de Antropologia (DAN) e UFRN.
A
transmissão ocorrerá pelo canal no youtube do PPGAS/UFRN.
sexta-feira, 28 de outubro de 2022
sábado, 22 de outubro de 2022
ENCRUZILHADAS
ENCRUZILHADAS |
No próximo dia 27 de outubro a partir das 19h, teremos um encontro com Fernando
Cruz, professor doutor visitante sênior na UFPA, Campus de Abaetetuba, Pesquisador
Integrado no ID+, Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura
(Portugal), para debater sobre as "Tradições culturais e economia
criativa". O evento é organizado pelo Grupo de Estudos Culturas Populares,
com apoio do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social (PPGAS) e
Departamento de Antropologia (DAN/ UFRN).
A transmissão ocorrerá
pelo canal do PPGAS UFRN – YouTube.
Defesa de Doutorado
UFRN – Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Defesa de
Doutorado
SANTOS
E CABOCLOS:
Uma avaliação das diretrizes dos Planos de
Salvaguarda dos bens patrimoniais culturais Festa de Sant’Ana (RN) e Maracatu
de Baque Solto (PE).
DANIELLE
CRISTINA VASCONCELOS DE BRITO
RESUMO: A elaboração e
implantação de um plano de salvaguarda estabelece uma nova relação entre os
segmentos sociais e o Estado e, com esse instrumento de gestão, pretende-se
contribuir para a autonomia dos detentores na gestão de seu patrimônio,
articulação interinstitucional em prol do Bem Registrado e de sua
sustentabilidade. Assim, essa tese propõe-se a avaliar as diretrizes de
Salvaguarda para a implantação dos Planos de Salvaguarda, de dois bens
registrados como Patrimônio Cultural do Brasil, Festa de Sant'Ana (RN) e do
Maracatu de Baque Solto (PE) para verificar se os planos atendem a preservação,
transmissão e sustentabilidade, como condições essenciais para as suas
salvaguardas, provocando o afloramento do problema da pesquisa, de como a Festa
de Santana, o Maracatu Cambinda Brasileira e o Estado estão implementando as
ações do plano salvaguarda para a sobrevivência do bem e se eles têm a garantia
da execução desta política? Os procedimentos metodológicos envolvidos foram: a
pesquisa bibliográfica, documental e na de campo, com entrevistas
semiestruturadas, observação direta e participante. A moldura conceitual
adotada viabiliza a combinação de múltiplos aportes teóricos, possibilitando o
entrelaçamento entre teoria e prática. Trata-se de uma abordagem qualitativa,
delineada como estudo documental, para avaliar as diretrizes do plano de
salvaguarda desses dois bens registrados. Assim, seguimos algumas técnicas da
avaliação de políticas públicas, como em Stake (1999), Labra (1999), Draibe
(2001), Silva (2001), dentre outros. Como os estudos de avaliação de políticas
culturais no Brasil são bem recentes, trouxemos alguns autores que se debruçam
sobre o tema, tais como Albino Rubim (2008) e Lia Calabre (2019). Além do
aporte teórico-metodológico das Ciências Sociais, com reflexões em várias
categorias, tais como a de cultura, tradição, memória e patrimônio imaterial,
pautadas nas reflexões de vários autores. A pesquisa justificase por seu
propósito maior de contribuir para a difusão e a preservação do patrimônio
cultural imaterial no RN e em PE, derivando saberes para as gerações futuras,
como a que se coloca sob o enfoque desta pesquisa.
Palavras-chave:
Salvaguarda. Políticas públicas. Avaliação. Patrimônio Cultural.
MEMBROS DA BANCA: Dr. LUIZ ASSUNCAO
(DAN/PPGCS/UFRN), Dra. MARCIA DA SILVA PEREIRA CASTRO (UERN), Dra. MARIA
DAS GRAÇAS CAVALCANTI PEREIRA (FUNCARTE), Dra. MARIA LUCIA BASTOS ALVES
(DCS/PPGCS/UFRN) e Dr. GILMAR SANTANA (DCS/PPGCS/UFRN).
Data/horário: 27/10/2022, 14 horas.
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
As substâncias que nos alimentam
Nesta quinta-feira, 06/10, foi realizado o workshop As substâncias que nos alimentam, organizado pelas professoras Dra. Joana Bahia (UERJ) e Dra. Giovanna Capponi (University of Roehampton). O evento é parte do cronograma de pesquisa do projeto sob coordenação da professora Dra. Renata DC Menezes (Museu Nacional, UFRJ).
Programação:
Consagrar
os mestres e caboclos: alimentação e força na Jurema. Luiz Assunção
(UFRN/DAN/PPGAS).
Eru:
quando o terreiro alimenta as bocas que habitam as matas. Patrício Carneiro
Araújo (UNILAB).
Alimentação
na floresta: relações entre frutos, comidas e os yóopinai entre os Baniwa, Alto
Rio Negro. Francineia Bitencourt Fontes/Baniwa (Doutorando PPGAS/Museu
Nacional/UFRJ.
Alimentos
para o corpo e para a alma: um estudo etnográfico sobre comida e sagrado em uma
"halaga" Sufi damascena. Gisele Fonseca (UFF).
Consumindo
o Sagrado na Espiritualidade e Cura Holística: um exemplo etnográfico
luso-grego. Eugenia Roussou (ISCTE/IUL, Portugal).
“Comendo
com os olhos”. Imagens dos posts das comidas de feitiço na quimbanda carioca. Joana
Bahia (PPCIS e PPGHS/UERJ) e Farlen de Jesus Nogueira (PPGHS/UERJ).
Rituais
como receitas: variações e intuições nas oferendas do candomblé. Giovanna
Capponi (University of Roehampton, Inglaterra).
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Dossiê: Comida e Sagrado
O dossiê Comida e Sagrado
é pioneiro em sua temática. No editorial, as organizadoras do dossiê apresentam
o estado da arte desse campo de estudos e as contribuições dos artigos reunidos
neste número a esse debate, nos convidando a refletir sobre a noção de comida,
mas também de religião.
CHAGAS, Gisele Fonseca et al. (2022), Comida e sagrado:
corpos, sentidos, cosmologias e ontologias. Religião & Sociedade [online].
2022, v. 42, n. 2, pp. 11-19.
Disponível em:
www.scielo.br/j/rs/a/sn8Xsh7YXgVqSzTBS33CM4Q
https://www.scielo.br/j/rs/i/2022.v42n2/
terça-feira, 27 de setembro de 2022
segunda-feira, 19 de setembro de 2022
sábado, 13 de agosto de 2022
segunda-feira, 8 de agosto de 2022
Ao Mestre Severino do Coco
Severino
Bernardo Santiago, mais conhecido por Mestre
Severino do Coco faleceu neste domingo, 7 de agosto, aos 84 anos. Natural
do município de Vera Cruz (RN), sentou raízes na Vila de Ponta Negra (Natal,
RN), onde viveu a maior parte de sua vida, dedicado a tradição do Coco e a transmissão
dos seus saberes.
No ano
de 2012, Mestre Severino foi o convidado da Semana de Cultura Popular
organizada pelo Grupo de Estudo Culturas Populares na UFRN. Junto ao seu grupo,
participou dos debates e da roda de coco, realizada sob sua orientação no Setor
de Aulas do CCHLA.
Fotos:
Luiz Assunção
Trecho da entrevista do professor Luiz Assunção para a série A ressureição da Jurema (Jornal Folha de São Paulo)
O antropólogo Luiz Assunção,
professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), também enxerga
na pluralidade a marca da jurema. É uma herança indígena que se misturou com
influências africanas e catolicismo popular.
A religião oficial, no entanto,
sempre condenou o catimbó como feitiçaria e culto demoníaco. Foi a semente da
perseguição policial contra seus praticantes e os da umbanda.
"A jurema sempre existiu
como prática ritualística, foi passando, passando, e chegou às populações
urbanas, mas a intolerância fez com que se fechasse como prática de pequenos
grupos em torno de um mestre vivo, em consultas individuais", diz o
antropólogo potiguar, autor do livro "O Reino dos Mestres: a Tradição da
Jurema na Umbanda Nordestina" (Pallas).
Para Assunção, a sobrevivência da
jurema teve a ver com o descaso do Estado perante os pobres das cidades
nordestinas. Sem acesso adequado a serviços de saúde, eles recorriam a
consultas com os mestres, grandes conhecedores de plantas medicinais, e a seus
"recados" mediúnicos.
"Existe um processo político
em torno de lideranças religiosas, que ganha forma nos encontros de juremeiros
realizados em alguns estados nordestinos, que remete à construção de
pertencimentos a partir da valorização de signos da tradição indígena."
A associação com a umbanda ganhou
força institucional nos anos 1960, quando começaram a surgir as federações
nordestinas dessa outra religião sincrética originária do Rio de Janeiro, na
qual entram orixás africanos, catolicismo e kardecismo.
Catimbozeiros e juremeiros se
abrigaram nas federações, nas quais viam uma promessa de proteção contra a
repressão. Abrigo que, afinal, não se concretizou –até hoje os terreiros sofrem
ataques, como ocorreu com o de mestre Rômulo.
Nesse processo, a jurema ficou em
posição subalterna, como um apêndice das casas de umbanda. O preconceito social
continuou forte. "Ainda hoje, a classe média não vai à jurema", diz
Assunção; quando muito, intelectuais se sentem atraídos pelo candomblé e sua
imagem de maior pureza africana.
Há um movimento de revalorização
do catimbó no meio urbano, contudo, em iniciativas como a de Rômulo Angélico, e
até mesmo um fluxo recente de catimbozeiros de Natal para São Paulo. Mas não é
só nas capitais nordestinas que suas práticas estão ressuscitando.
Fonte: Cultos com alucinógeno da
jurema florescem no Nordeste.
Marcelo Leite. Jornal Folha de São
Paulo, 29.jul.2022.
terça-feira, 26 de julho de 2022
A ressureição da jurema, série na Folha de SP
Jornal Folha de SP
publicou hoje (26/07) a terceira reportagem da série A ressureição da jurema, apresentada por Marcelo Leite, colunista
da Folha, sobre o efeito antidepressivo da DMT, encontrada na jurema-preta, e
os rituais religiosos do Nordeste que empregam a substância. As duas primeiras
reportagens publicadas abordam pesquisa realizada na UFRN – Instituto do
Cérebro, disponíveis no caderno Ilustríssima.
Cultos com alucinógeno da jurema florescem no Nordeste,
título da matéria publicada hoje, destaca que os ‘rituais indígenas centrados
na planta, próximos de umbanda e candomblé, resistem à repressão e ganham
adeptos’. O autor relata sua participação em rituais, que revelam a combinação
da origem indígena com influências africanas e o catolicismo popular que
caracteriza as cerimônias, como o ritual neoxamânico realizado em casa no
bairro da Redinha, Natal (RN), sob a orientação do mestre Rômulo Angélico e com
a participação dos mestres Breno Gabriel e André Luiz.
Acompanha
o ritual da lua cheia e a mesa de jurema realizada pelo pajé Isaias Marculino
da Silva, Guarapirá, na Terra indígena Potiguara em Baía da Traição, na
Paraíba.
Conversa
com os antropólogos Rodrigo Azeredo Grünewald (UFCG) e Luiz Assunção (UFRN).
Fonte:
Jornal Folha de São Paulo, 26.jul.2022
quinta-feira, 7 de julho de 2022
GYURI
Uma linha geopolítica improvável entre a pequena aldeia húngara de Nagyvárad e a Terra Indígena Yanomami, na Amazônia brasileira. Judia, sobrevivente da Segunda Guerra, Claudia Andujar exilou-se no Brasil e dedicou a vida à salvaguarda dos povos Yanomami. O documentário Gyuri, da diretora Mariana Lacerda, registra as memórias e o presente, a partir da relação de mais de cinco décadas entre a fotógrafa suíço-brasileira Claudia Andujar e o povo Yanomami.
Brasil | 88 min |
Documentário.
Gyuri nos cinemas a partir de 07 Julho/2022.
sexta-feira, 24 de junho de 2022
Defesa de Tese
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE – UERN
CAMPUS AVANÇADO DE PAU DOS FERROS –
CAPF
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS –
PPGL
Tese de Doutorado:
Identidade(s)
e religiões de terreiros em Pau dos Ferros/RN:
Argumentação
em discursos de resistência e de (re)existência
LEONARDO MENDES
ÁLVARES
Orientador: Prof. Dr. Gilton Sampaio de Souza
Data da Defesa: 23/06/2022
RESUMO:
Esta tese resulta da investigação dedicada
a compreender as identidades de religiosos de terreiros de Pau dos Ferros/RN,
por meio de discursos registrados num corpus composto por 14 entrevistas, nas
quais pais, mães, filhos e filhas de santo integrantes dos quatro terreiros de
umbanda encontrados em atividade na cidade trataram de suas próprias práticas
religiosas, de como foram constituídas e de como interferem em suas
convivências sociais. A pesquisa, de abordagem qualitativa, seguiu a
metodologia da História Oral, amparada prioritariamente em Bogdan e Biklen
(1994), Alberti (2000) e Meihy (2019). As entrevistas seguiram o perfil
compreensivo, conforme Kaufmann (2013). A fundamentação temática teve como
principais referências Bakhtin (2006) no tocante ao discurso; Bauman (2005) e
Hall (2006), sobre identidades; e Assunção (2006), Eliade (2010) e Simas (2021)
para a conceituação de umbandas. Já a fundamentação analítica pautou-se
prioritariamente pela Nova Retórica, adotando dela as categorias dos valores e
dos auditórios, e seguiu como principais postulados, os de Perelman (1993),
Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), Souza (2003), e Reboul (2004). Norteou a
construção o objetivo geral de investigar as religiões de terreiros praticadas
em Pau dos Ferros/RN, por via das identidades reveladas nas argumentações
presentes nos discursos de seus praticantes sobre suas vivências religiosas, do
qual decorreu a tese de que não há em Pau dos Ferros uma comunidade religiosa
formada por quatro terreiros da umbanda, mas sim quatro comunidades de
terreiros praticantes de quatro umbandas, cada uma carregando uma identidade
coletiva profundamente marcada pela(s) identidade(s) individualmente
assumida(s) por seus líderes. As compreensões finais confirmam a tese proposta.
PALAVRAS-CHAVE: Argumentação, Discurso,
Identidade, Pau dos Ferros, Terreiro, Umbanda
sexta-feira, 17 de junho de 2022
As religiões afro-brasileiras na cidade do Natal
Esse é o nome do texto, os apontamentos sobre história e
memórias da religião, que escrevi para o livro “Memória religiosa da cidade do Natal: coletânea de ensaios”,
organizado pela professora Irene van den Berg (UERN), publicado recentemente
pela Editora da UERN.
Apresento algumas anotações para pensar um processo histórico
das religiões afro-brasileiras na cidade do Natal de modo que se possa
incorporar as vozes dos sujeitos religiosos, a dinâmica e os marcos
sócio-políticos, partes desse processo.
Ao longo do texto, os diferentes segmentos religiosos são apresentados de forma separada, para uma melhor organização da escrita. No entanto, ressalto que eles devem ser lidos e compreendidos como parte de um processo em que existem simultaneamente vivenciando intercâmbios, convivência, mas também conflitos e disputas. Assim, o/a leitor/a é convidado/a percorrer os temas das mestras, mestres e a ciência da jurema (p.103), o candomblé nagô – o xangô pernambucano faz morada em Natal (p.111) e a umbanda e a criação da Federação (p.117).
Ver outros textos disponíveis na internet:
ASSUNÇÃO,
Luiz. A tradição do Acais na Jurema natalense: memória, identidade e política. Revista Pós Ciências Sociais (UFMA), v.
11 (21), p. 143-165. São Luiz: EDUFMA,
2014.
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/2873
ASSUNÇÃO,
Luiz. A transgressão no religioso: exus e mestres nos rituais de umbanda. Revista Anthropológicas (UFPE), v. 21,
n. 1, p. 157-182, jan. 2012.
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaanthropologicas/article/view/23714
ASSUNÇÃO,
Luiz. Saberes escritos, guardados: O acervo documental do Centro Humilde de
Caridade São Lázaro, Natal - RN. VIVÊNCIA:
Revista de Antropologia, v. 1 (55), p. 96-122, 2020.
https://periodicos.ufrn.br/vivencia/issue/view/1055
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Memória Religiosa
A Coleção Memória
Religiosa da Cidade do Natal surge de uma demanda importante: fazer circular a
produção acadêmica e científica acerca da presença das religiões,
religiosidades e espiritualidades no espaço, no tempo e entre as pessoas no
território urbano potiguar. A intenção não é a de separar a religião das formas
de viver e existir, pelo contrário, o propósito é revelar o quanto de religião
há na cidade e o quanto ela é importante para criar formas de organização,
traçados, intervenções, monumentos, experiências e sensibilidades. Num
investimento preliminar, reunimos os textos que materializam a publicação da
primeira coletânea de ensaios. Com esta nova oportunidade, transformamos a
publicação numa obra seriada, uma Coleção, sendo este o seu segundo volume. No
livro, ricamente ilustrado pelos desenhos do arquiteto Daniel Macedo, estão
reunidos 12 ensaios de pesquisadores potiguares que versam sobre memórias
plurais das religiões e religiosidades natalenses.
Neste volume, o coletivo
de autores apresenta novos temas e olhares singulares acerca de uma Natal de
muitas faces religiosas, demonstrando quão rica e diversa é a capital potiguar.
O livro consiste em um esforço acadêmico-literário “de vontade de memória” com
o firme propósito de fazer lembrar que as religiões e seus agentes constroem
sentidos, sentimentos, espaços e pertencimentos que desenham a cidade, a
cultura e a história.
E para quem já quer
conhecer e adquirir nosso livro, nós já temos data para o lançamento. O
evento será na próxima quarta-feira, 01
de junho de 2022, às 19h, no Complexo Cultural da UERN, no stand da UERN
que estará instalado durante a realização do Festival Popular do Livro e da
Literatura do RN.
Este livro é uma
iniciativa do Projeto de Extensão Memória Religiosa da Cidade do Natal -
PROEX/UERN e sua produção foi financiada a partir de projeto contemplado com
recursos da Seleção Pública nº 02/2021 - SECULT/FUNCARTE - Prefeitura Municipal
de Natal.
https://www.instagram.com/p/CeMdIlZl8Hv/?igshid=MDJmNzVkMjY=
quarta-feira, 25 de maio de 2022
O Sertão de Oswaldo Lamartine
O Sertão de Oswaldo Lamartine, coleção formada por um conjunto de cinco livros de autoria do pesquisador e intelectual potiguar Oswaldo Lamartine (1919-2007), reeditados pela EDURN, será lançada pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira, 27 de maio, às 16h, no Auditório da Reitoria, em cerimônia de abertura das celebrações aos 60 anos da Editora.
A publicação foi organizada por Vicente Serejo, Graco Aurélio Melo Viana e Helton Rubiano. A iniciativa contou com apoio para impressão da Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Além dos exemplares impressos, a coleção pode ser integralmente consultada, em acesso livre, por meio do Repositório Institucional da UFRN
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45954
quinta-feira, 12 de maio de 2022
UMA DICA NA AGENDA
LANÇAMENTO DO LIVRO: Negritude Potiguar
O livro “Negritude Potiguar” é organizado pelo ogã e antropólogo Geraldo Barboza de Oliveira Junior (@geraldo_barboza ) e conta com a participação de religiosos da tradição de matriz africana, líderes de comunidades quilombolas e artistas da cultura afro. O lançamento contará com a apresentação de grupos culturais, Rodas de Capoeira e Rodas de Candomblé.
LOCAL: Jardim da Pinacoteca do Estado (Palácio da Cultura),
na Cidade Alta
DATA : Sábado, 14/05/2022
HORÁRIO: 16 horas
sábado, 30 de abril de 2022
Mãe Nem encantou-se
A Iyalorixá Maria da Glória Silva, Mãe Nem, 86 anos de idade, encantou-se, foi para o orum no dia 06 de abril passado. Reconhecida na religião local como uma das últimas representantes da velha geração do nagô pernambucano na cidade de Natal, nasceu em Canguaretama – RN, mas ainda jovem veio morar em Natal e ao enfrentar problemas de saúde iniciou seu caminho no candomblé e na jurema, fundando posteriormente, o Centro Iemanjá Sabá Omi, no bairro de Bom Pastor, ao qual dedicou-se por mais de 50 anos.
Conheceu e conviveu com os principais religiosos do candomblé e da jurema em Natal dos anos de 1950 e 1960, entre eles: Tenente Andrade, Babá Karol, Pai Leó e Pai Nino. Depois de passar pelas casas de Tenente Andrade e de Babá Karol, onde assumiu o cargo de Mãe Pequena, no início dos anos de 1960 realizou seu processo de iniciação no candomblé Nagô Egbá com Pai Leó, Ojé Ladê (Leonardo Oliveira), sacerdote que viera da capital pernambucana e aqui se instalou para difundir o nagô em terras potiguares. O nagô pernambucano, que se distingue do candomblé baiano, teve forte influência nas religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Norte. Antes de abrir sua própria casa, Mãe Nem participou da casa de Pai Nino no Bom Pastor, onde assumiu o cargo de Iyakekerê da casa.
Por sua casa passaram conhecidas mães e pais do cenário religioso afro-brasileiro de Natal, como Marcelo de Obaluaiyê, Mãe Jovelina Tibúrcio, Mãe Helena Varela, Mãe Maria de Obá, Pai Renato Canário, entre outros/as.
Após o fechamento de sua casa, continuou dedicada a religião, participando dos rituais mensais na casa de sua filha de santo, Maria de Obá (Centro Espírita Xangô Mafilomã) no Bairro das Quintas.
Em 2012, numa produção do Grupo de Estudos Culturas Populares/UFRN, participei juntamente com os pós-graduandos do PPGAS/UFRN, Marcos Queiroz e Elisa Almeida, da produção do vídeo Contribuição de Mãe Nem para o Fórum Internacional Permanente sobre diversidade nas religiões afro-brasileiras/afro-americanas, coordenado pela Faculdade de Teologia Umbandista de São Paulo.
No referido documento virtual, disponível no YouTube (ver matéria a seguir), a iyalorixá protagoniza um dos mais belos depoimentos ao falar sobre sua concepção de candomblé e umbanda.
No ano de 2013 Mãe Nem foi agraciada com a Medalha do Mérito Deífilo Gurgel pelo Governo do Estado do RN, Secretaria de Cultura-Fundação José Augusto e em 2020 recebeu o Prêmio Mestres/Mestras das Culturas Populares concedido pela Fundação Capitania das Artes-Prefeitura de Natal.
sábado, 26 de março de 2022
Axé
No ano de 2012, exatos uma década, o
Grupo de Estuos Culturas Populares da UFRN promoveu a realização de importantes
projetos como os lançamentos do site publicação do Mapeamento dos Terreiros de
Natal e da Campanha Agô – RN sem intolerância e o Projeto Vozes do Axé.
O Mapeamento dos Terreiros de Natal, site hospedado no CCHLA/UFRN, tornou-se referência junto as comunidades de terreiro e um público mais amplo, incluindo estudantes e pesquisadores. Ao longo do tempo o site enfrenta uma série de problemas, como uma pane que afetou a estrutura do sistema, acesso e sua manutenção, inclusive impedindo a atualização dos dados.
www.cchla.ufrn.br/mapeamentodosterreirosdenatal
A Campanha Agô – RN sem intolerância, foi pensada para circular pela internet e utiliza a estratégia de recursos visuais e redes sociais para tratar de questões e refletir sobre o tema da intolerância religiosa no RN. Se constituiu em uma série de 8 estampas afirmativas, cada uma delas trazem significados que identificam as tradições específicas que se apresentam no RN, no candomblé, umbanda e jurema. Criação de arte e coordenação do projeto foi de Marcos Queiroz.
Projeto Vozes do Axé. Realização de gravação em formato de vídeo, contemplando o depoimento de dez religiosos. O documento enfatiza conteúdos referentes à prática religiosa e a sua dimensão plural. Os vídeos produzidos foram veiculados em uma rede social coordenada pela Faculdade de Teologia Umbandista de São Paulo. Roteiro e direção: Luiz Assunção. Produção de imagens foi realizada por Elisa Almeida.
Mãe Nem, Maria da Gória Silva, da Casa de Iemanjá Sabá, bairro das Quintas, foi uma das participantes do Vozes do Axé. Mãe Nem e sua casa, se constituiram como importantes resistência do nagô pernambucano na cidade de Natal.
terça-feira, 8 de março de 2022
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
Estátua de Iemanjá: apagar, silenciar a cultura?
O apagamento e silenciamento da memória cultural afro-brasileira por grupos sociais hegemônicos é histórico e faz parte do racismo sistêmico brasileiro, moldado a partir de estratégias de dominação de valores morais e culturais de acordo com os interesses dos grupos envolvidos. O exemplo mais recente parece ser o caso da proposta divulgada pela @AMAPraiaDoMeio, na rede Instagram, em que sugere uma organização para o patrimônio paisagístico da orla central de Natal, a qualificação do local ou a relocação do monumento a Iemanjá para a Ponta do Morcego.
Em um tempo ainda próximo, a estátua foi depredada por constantes atos de vandalismo e intolerância e, inclusive, ficando em um estado de completo abandono pelo poder público. A batalha para fazer reerguer a estátua foi uma ação coletiva dos povos e comunidades de terreiros da cidade de Natal. Igualmente coletiva foi a luta travada, desde os anos de 1970, pelos primeiros umbandistas da cidade, mulheres e homens, mães e pais de santo, junto as instituições e políticos locais para demarcar um espaço simbólico à Iemanjá, representativo da identidade do universo religioso afro-brasileiro. Não foi à toa que esses primeiros umbandistas pensaram o palanque das autoridades, exatamente naquele lugar, um lugar provido de sentidos, para celebrar a passagem de ano novo.
A estátua de Iemanjá da Praia do Meio encontra-se inserida na paisagem da cidade de Natal, já faz parte da cidade, não é demais repetir; significa dizer da sua relação com a urbis e com os seus habitantes, embora permeada por intolerâncias e, talvez, para algumas pessoas, o desejo de vê-la longe. Existe um processo histórico construído por uma comunidade religiosa, afirmando seus valores culturais, conhecimentos, pertencimentos, memórias. É um patrimônio cultural da cidade e das comunidades tradicionais de terreiros e enquanto patrimônio deve ser considerado o amparo constitucional. A nível local, a Lei 7.248 de 24 de novembro de 2021, declara Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Natal os “Festejos de Iemanjá“, realizados anualmente no dia 02 de fevereiro.
Será que vamos continuar a assistir a repetição de tantos outros apagamentos e tentativas de silenciamentos da cultura?
Em um tempo também recente, a partir da década de 1980, quando a cidade vivencia o processo de urbanização e expansão urbana em direção a Zona Norte, as casas de terreiro, muitas delas localizadas em bairros populares tradicionais, foram forçadas a seguir o fluxo da referida expansão, em geral para os loteamentos na periferia da cidade, provocadas pela “organização“ e pressão do próprio bairro que não admite a sua presença, instalada de forma escondida atrás da residência e a maioria sem identificação de que ali existe um templo religioso. São tantos e muito conhecidos os casos: Dedé Bahiano, Mãe Tercília, Mãe Nem. O processo continua.
Outra estratégia de apagamento e silenciamento da cultura ganha forma no aparato legal conhecido como Lei do Silêncio, regulação de mecanismos para evitar a perturbação sonora, tomada como base no argumento de denuncia formulada por vizinhos e que visa cercear ao exercício da manifestação religiosa e que pode levar ao fechamento de muitas casas de terreiro. O Palácio da Mestra Paulina e seu sacerdote, Babalorixá Naldo (Erinaldo Soares da Silva) são exemplos dos muitos casos que continuam acontecendo e que fazem parte da estatística do silenciamento religioso natalense. A casa do Babá Naldo ficou um ano e quatro meses fechada, significa dizer impossibilitada de realizar o ofício religioso e ao atendimento a sua comunidade. Ao final do desgastante processo e sem condições psicológicas de continuar ao lado do vizinho intolerante, o babalorixá vende o imóvel localizado em Nova Natal e após alguns anos de reorganização da sua vida, consegue reabrir novo espaço religioso em outro local.
São muitas as estratégias de apagamento e silenciamento da memória cultural afro-brasileira. Voltemos a Estátua de Iemanjá.
Iemanjá na Praia do Meio possui outra
dimensão, àquela que diz respeito ao território simbólico. O espaço geográfico
da praia se torna mais amplo ao incorporar as representações do mundo da
cultura dos lugares do Areal, Rocas, Brasília Teimosa, espaços sociais
populares, permeados por múltiplos sentidos e práticas de pertencimentos,
impressos na resistência do cotidiano e expressões culturais de mulheres e
homens, referendados na narrativa local do lugar como berço da tradição
cultural negra da cidade.
Em memória das/os participantes da fundação da Federação dos Cultos de Umbanda do RN (05 de maio
de 1963): Antonio Martins de Oliveira, Albina Alves Pessoa, Babá Karol, Cícera Alves,
Edilson Barbosa do Nascimento, Elias Gosson, Francisco Moreira da Silva, Geraldo Guedes, Iolanda Xavier Bezerra, José Clementino, José Cícero Herculano, João Miranda,
João Pereira de Andrade, José Dantas, Jonas Gomes da Silva, José de Gois, Lúcia Flor, Maria
Lina Bezerra, Pedro Raimundo Medeiros, Raimundo Paulino, Severino Monteiro, Tenente Barroso, Zacarias
Galdino, entre outras/os.
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