Geraldo Guedes nasceu no município de Nova Cruz-RN, no ano de 1921. Filho de pais católicos, por volta da idade de treze anos começou a sentir problemas de saúde, logo identificado como doença espiritual. Mais tarde, aos vinte anos de idade, já morando em Natal e trabalhando na Sucam, conheceu Joaquina de Aguiar, com a qual passou a trabalhar.
A velha Joaquina de Aguiar, Quininha, como era conhecida, não tinha terreiro aberto, trabalhava em sua residência situada na Av. 7 com a rua Baraúnas, no bairro do Alecrim, atendendo a uma clientela em uma “mesa de chão”. Como lembra seu Geraldo, “não tinha toque, ela defumava o filho com cachimbo, com rosário, com peixeira, com faca e tesoura cruzada”. Era uma época em que a prática religiosa se dava escondida, no silêncio, no mato.
Desse período, seu Geraldo se lembra das muitas vezes em que foram cercados pela polícia: “no morro da cabocla, no morro das almas, no Pitimbu, Barreira D'agua, Guarapes, aqui no Jardim, junto da Lagoa de Extremoz, em Ponta Negra, aonde chamava, a gente ia. Um dia nós fomos cercados, era 12 horas, pela polícia, 8 soldados cercou nós, quando eles chegaram não encontraram nada, nós estávamos tudo dentro da moita, mas pertinho, mais a velha sabia o que tava fazendo ‘meu filho ninguém saia daqui, apague as velas... Aí a polícia chegou remexeu tudo e foram embora... a velha era danada...’. E na casa dela fomos cercados muitas vezes”.
Durante 14 anos acompanhou os trabalhos realizados pela velha Joaquina, tornando-se o seu principal aprendiz. Posteriormente foi trabalhar na casa de Tenente Andrade. Mas foi após a criação da Federação que seu Geraldo abriu seu Centro, por volta de 1963, na Av. 1, depois transferindo para a Av. 3 e por ultimo para o atual local, no bairro de Nazaré.
Durante mais de cinqüenta anos, seu Geraldo, com apoio dos seus principais guias – Caboclo Aracati, mestra Joaquina de Aguiar, Caboclo João da Mata – conduziu com zelo o Centro Espírita de Umbanda Caboclo Aracati. Aos 88 anos de idade, com problemas de saúde, seu Geraldo Guedes transferiu para seu filho biológico, Cleone Guedes e sua esposa, dona Josefa Guedes, Yalorixá, a condução dos trabalhos na sua casa religiosa.
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