quarta-feira, 31 de maio de 2023

Egbé, lançamento do livro


 
Cortejo e apresentação do Afoxé Estrela da Manhã







Suely Juremeira, Secretário de Cultura, Dácio Galvão  e Pai Aurino da Cidade Nova. 

 


Iyalorixá Mãe Lúcia de Nanã e demais mães do Ilê Axé Bogundê (Parnamirim-RN

  • Mãe Maria Lázaro de Oyá, Rainha do Nação Zamberacatu 


Iyalorixá Mãe Lúcia de Nanã e demais mães do Ilê Axé Bogundê (Parnamirim-RN); Mãe Elizabeth Lima (Ilê Axé Dajô Obá Ogodô, Extremoz-RN). Em pé: Mãe Lhassa do Ilê Olorum, Parnamirim-RN).


Ulisses Leopoldo, Mãe Sandra (Casa das Águas, Pajuçara, Natal) , Pai Marconi (José Sarney/Natal), Professor Luiz Assunção e Ogan João da Casa das Águas.


Alunas/os do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN.

Mãe Maria Lázaro entre Karolyny Alves, Mãe Lhassa do Ilê Olorum e Mãe Flavinha do Ilê Axé Dajô Obá Ogodô


Pai Zé Maria d’Oxum (Casa das Águas, Pajuçara, Natal) e demais membros da casa. 


                                               Mãe Flavinha do Ilê Axé Dajô Obá Ogodô

Fábio de Oliveira, Elizabeth Lima e Ana Paula Campos

Mãe Nilza Barroso, Seu Canindé e família.

Pai Jorge Freire de Oxaguiam (Macaíba-RN).


Professor José Roberto (IFRN).


Participantes do Afoxé Estrela da Manhã

Mestre Gilvan Aiquoc do Coco Juremado RN “As Flechas” e Maria Ducarmo (Secretaria de Educação RN)

Professores Nilton Xavier (IFRN) e José Roberto (IFRN)

Luiz Assunção e demais autores/as: Eloyza Tolentino, Karolyny Alves, Kallile Sacha e Felipe Nunes



Créditos das fotos: Rogério Vital, Janaína Felix e Sol Alves de Lima. 


















sexta-feira, 19 de maio de 2023

Lançamento

 


Egbé: ancestralidades, articulações e patrimônio, livro organizado pelo professor Luiz Assunção (Departamento de Antropologia/UFRN) é fruto do trabalho acadêmico realizado no âmbito da pós-graduação e dos encontros etnográficos das pesquisadoras e pesquisadores com as religiões afro-brasileiras e coletivos culturais da cidade do Natal e região metropolitana. 

A publicação reúne textos de pesquisadoras/es – entre as/os quais religiosas/os (babalorixá, juremeiro, ogã, yawó, abiã) –, com formação e atuação nas Ciências Sociais, que produzem conhecimentos sobre temas ligados às religiões afro-brasileiras.   

A intenção foi produzir uma publicação com registro das experiências etnográficas e as reflexões possíveis desses encontros, procurando abarcar as narrativas de vida de lideranças religiosas e suas ancestralidades,  as concepções ritualísticas e suas práticas cotidianas, a trama dos conflitos e negociações, a agência dos diferentes sujeitos, as relações políticas constituídas, as questões referentes à intolerância religiosa, a produção do patrimônio arquitetônico religioso, as expressões simbólicas religiosas nas festas, danças, no corpo em performance.

A arte da capa foi produzida por José Clewton do Nascimento a partir de fotografia de Luiz Assunção do Centro Humilde de Caridade São Lázaro (bairro das Quintas, Natal-/N). A edição é um trabalho da Caravela - Selo Cultural (Natal/RN).

A publicação do livro foi aprovada pela Seleção Pública nº 05/2022 – Apoio Financeiro às Expressões Culturais Religiosas 2022 –, promovida pela Fundação Cultural Capitania das Artes (FUNCARTE) da Prefeitura Municipal do Natal. 


 

 


domingo, 14 de maio de 2023

Egbé - ILÊ AXÉ OMIN OXUM AGEMUN. A Casa das Águas e o legado de Dona Luizinha de Góis como indício de um matriarcado na cidade do Natal

 

O primeiro dos textos apresentados, denominado de “Ilê Axé Omin Oxum Agemun: a Casa das Águas e o legado de Dona Luizinha de Góis como indício de um matriarcado na cidade do Natal”, organizado pelo babalorixá e professor doutor Patrício Carneiro Araújo, escuta a voz do babalorixá pai Zé Maria de Oxum (José Maria Ferreira de Góis) falar de um tempo presente. Ao fazê-lo, pai Zé Maria traz à memória outros tempos, das lembranças de sua avó Luizinha de Góis, e, entre afetos, fotografias e documentos, vai traçando o percurso de um matriarcado que aponta a continuidade do ilê e daquela família religiosa na cidade. Mas é preciso destacar que a voz do babalorixá não é única, outras vão sendo agregadas, compondo uma memória coletiva do egbé. Nesse percurso, destacam-se, ainda, as reflexões sobre o que significa a existência de uma casa de jurema e umbanda nas margens de Natal, mais precisamente na Redinha dos anos de 1950-1970, e sua passagem, em tempos mais recentes, para o candomblé jeje-nagô. Nesse processo permanente de se compor/recompor, o desafio da sucessão e do legado da vida está presente e necessita ser pensado, como nos mostra a reflexão sobre a transição entre as gerações numa comunidade marcada pelo papel da família sanguínea, como é o caso da Casa das Águas.

 

Egbé - CEUP RAINHA. A formação da umbanda a partir de trajetória de vida de pai Canindé e pai Igor

 

CEUP Rainha: a formação da umbanda a partir da trajetória de vida de pai Canindé e pai Igor é o texto organizado pelo juremeiro e professor doutor José Roberto Oliveira dos Santos. Ao construir uma narrativa sobre a trajetória da família biológica de Francisco Cruz de Lima, conhecido na cidade como pai Canindé (Centro de Caridade Mestra Rosalina, bairro das Quintas), reflete sobre a história da umbanda na cidade do Natal e sua organização com a criação da Federação de Umbanda. Pai Canindé também inicia seu caminho na jurema, em um modelo de prática vivida de forma escondida e perseguida pelas ordens constituídas da época; uma mediunidade que acompanha sua avó e a mãe, que vai se mostrando nos cultos privados realizados pela família às entidades espirituais, mas, ao extrapolar o seio privado, o “menino curador” se constitui na umbanda como uma das referências na cidade. Como veremos ao longo do texto, seus filhos Igor e Yuri, igualmente, têm uma história marcada por fluxos religiosos que circulam entre a jurema, a umbanda e o candomblé do nagô pernambucano e o candomblé ketu, mas, sobretudo, o texto nos coloca a leitura de que os dramas da vida de cada um desses sujeitos enredam fluxos, conflitos e rupturas nas tessituras de suas práticas religiosas.


Egbé - A JUREMA SAGRADA DA FAMÍLIA CORÓ


No texto A jurema sagrada da família Coró, o juremeiro e ogã do Ilê Axé Bogundê e professor doutor João Batista Figueredo de Oliveira aborda o tema da ancestralidade e da prática da jurema cultuada numa casa de candomblé ketu, o Ilê Axé Bogundê, dirigido pela sacerdotisa mãe Lúcia de Nanã (Lúcia Rocha), na cidade de Parnamirim, Região Metropolitana de Natal. O texto é sobre a jurema da família Coró, Manoel Coró e Ivonete Rocha, pais da iyalorixá Lúcia Rocha e participantes do Centro Redentor Aritã, nos anos de 1950, no bairro das Rocas, em Natal. Além de possuir cargos na hierarquia do Centro, o casal realizava, em sua residência, mesa de jurema para atendimento e desenvolvimento espiritual. Ao marcar o itinerário do casal Coró e de suas práticas religiosas afro-indígenas, as reflexões apontam o caminho da transmissão desses conhecimentos para mãe Lúcia e como a tradição herdada se materializa no espaço do ilê, na cosmovisão, nos artefatos, assentamentos e rituais.


Egbé - A FESTA DO MESTRE COBRA CORAL COMO MICROCOSMO PARA AS NEGOCIAÇÕES DE GÊNERO DE DANDARA. Um corpo trans na cozinha do terreiro

 

Na sequência dos textos que formam o livro, as reflexões sobre gênero e o que significa um corpo trans no universo do terreiro movem Kallile Sacha da Silva Araújo, yawó de Logunedé, na construção do texto A festa do mestre Cobra Coral como microcosmo para as negociações de gênero de Dandara: um corpo trans na cozinha do terreiro. O tema ainda é pouco trabalhado no campo dos estudos das religiões afro-brasileiras, inclusive parece existir certo tabu, o que colabora para que as pessoas não se disponham a falar, pelo menos foi uma das primeiras questões enfrentadas pela pesquisadora em seu processo etnográfico. Ao longo do texto, conhecemos Dandara (nome fictício, para preservar a interlocutora), 34 anos de idade, mulher transexual praticante de candomblé e da jurema. Ao dar voz a Dandara, conhecemos trajetos de vida, sonhos, alegrias, conflitos, à margem afetiva e social, e a sua reinvenção no espaço do terreiro, como a interlocução constituída na pesquisa nos leva a testemunhar o cotidiano vivido, os rituais, as festas religiosas, a cozinha, local sagrado onde Dandara exerce seu domínio, mas igualmente demonstra como nesse contexto o gênero se constitui ao se acionar agência, símbolos, identidade, em um campo marcado pelas normas, tradição religiosa, autoridade e poder estabelecidos.


Egbé - ENTRE O SER E O LUGAR. A arquitetura religiosa do Centro Humilde de Caridade São Lázaro

Entre o ser e o lugar: a arquitetura religiosa do Centro Humilde de Caridade São Lázaro, organizado por Maria Rita de Lima Assunção, apresenta um estudo sobre a arquitetura religiosa do Centro Humilde de Caridade São Lázaro, planejado e edificado pelo babalorixá Tenente Barroso na metade da década de 1960, no bairro das Quintas, Natal. A autora parte da perspectiva de leitura do patrimônio construído como um processo sociocultural em que a arquitetura religiosa passa a ser pensada como um processo social e cultural de ações de memórias e vivências da comunidade, possibilitando a construção do significado de uma arquitetura com valores em um tempo que pertence à vida, conforme destaca Maria Rita. O estudo, ao expor as características do conjunto edificado, destaca sua marca religiosa e analisa os sentidos simbólicos dos espaços construídos, bem como as condições técnicas de sua manutenção. Ao tratar do conjunto patrimonial edificado do CHCSL, a pesquisadora traz à tona uma questão crucial que diz respeito à continuidade do patrimônio afro-religioso. Após o falecimento do Tenente Barroso, em 1992, o conjunto edificado, e seu universo simbólico, foi incluído no inventário dos bens deixados pelo babalorixá, gerando disputas entre os herdeiros em torno da herança do terreno/imóvel, o que significa viver na prática “o dilema de ser destruído ou ter sua continuidade religiosa garantida”, como enfatiza a autora.

 


Egbé - “SOMENTE COM FLORES O CORTEJO NÃO SE FAZ”. Articulações e publicização do sagrado.

 

Somente com flores o cortejo não se faz: articulações e publicização do sagrado, texto organizado por Eloyza Tolentino Soares, aborda o tema da circulação e publicização do sagrado na cidade de Areia Branca, analisando as articulações desenvolvidas pelo terreiro Ilê Asé Dajó Ìya Omí Sàbá, que culminam com a realização do cortejo e da entrega do presente para Iemanjá. A autora demonstra o longo processo tecido entre estratégias e articulações pela matriarca da casa, a iyalorixá Maria Pinheiro, continuado por seu filho biológico, babalorixá Noamã Pinheiro, para fazer o terreiro ser presença engajada nas atividades públicas da cidade e região, ações que perpassam escolas, universidades, ambientes como a Câmara Municipal da cidade e espaços de discussões sobre religiões. Ao percorrer esse peculiar percurso religioso, Eloyza textualiza as narrativas ancestrais construídas sobre o terreiro, a etnografia do espaço religioso e a experiência subjetiva de acompanhar o cortejo da entrega do presente para Iemanjá.

 

Egbé - ENCRUZILHADA DOS TAMBORES. Notas sobre a cena do batuque na cidade do Natal

 

Em Encruzilhadas dos tambores: notas sobre a cena do batuque na cidade do Natal, Felipe da Silva Nunes traz como proposta mapear a construção de uma cena percussiva do batuque na cidade do Natal e refletir sobre as articulações estabelecidas entre os grupos e as comunidades de terreiro. Os grupos Pau e Lata, Coco Juremado, Folia de Rua e Nação Zamberacatu, que participam dessa cena de práticas culturais centradas no batuque, reafirmam as tradições culturais populares e a identidade negra. Ao circular por diversos espaços da cidade, o movimento percussivo inscreve a história das formas sociais, marca pertencimentos e demarca espaços de resistência da cultura afro-ameríndia. Assim, como o autor procura demonstrar, a cena percussiva e um conjunto de elementos simbólicos circulam pela cidade e região metropolitana, constituindo uma rede de conexões entre atores, religiosas e religiosos afro-brasileiros e demais sujeitos sociais, numa complexa forma que se ergue às bordas das instituições culturais dominantes.

 


Egbé - BATUQUE E PRECE. Nação Zamberacatu, ancestralidade e candomblé na rua

 

O tema sobre circulação, articulações do sagrado e presença da religião no espaço público continuam no texto Batuque e prece: Nação Zamberacatu, ancestralidade e candomblé na rua, escrito por Karolyny Alves Teixeira de Souza, yawó de Ossaim no Terreiro da Prata e brincante da Nação Zamberacatu, nação de maracatu fundada em 2012, na cidade do Natal, cujo patrono é o orixá Ogum, e que segue os preceitos e fundamentos do candomblé de nação ketu. A autora parte da compreensão da relação existente da nação de maracatu com a ancestralidade negra cultuada nas religiões de matriz afro-brasileira para pensar como a dimensão sagrada permeia o maracatu, atribui sentidos às expressões partilhadas e permite à comunidade se reconhecer como povo de axé. Assim, procura elaborar estratégias de observação e percepção da Nação Zamberacatu considerando a sua própria vivência, a escrita de si, a “escrevivência”, como afirma a escritora Conceição Evaristo (2020), para tratar sobre como os vínculos com os terreiros foram (e são) construídos ao longo do tempo, fazendo relação com as diversas casas de santo que estiveram (e estão) inseridas na manifestação no processo de construção de sua tradição.

 


Egbé - RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS: Considerações sobre transnacionalização religiosa

Em “Religiões afro-brasileiras: considerações sobre transnacionalização religiosa”, Lorran Lima de Almeida tece reflexões sobre os processos de expansão e transformação das religiões, que, ao ultrapassarem fronteiras nacionais, em um deslocamento físico de pessoas e bens simbólicos, adaptam-se a novos territórios, compondo um cenário religioso transnacional. Para desenvolver as suas considerações, o autor toma como exemplo a trajetória religiosa do sacerdote responsável por um templo afro-religioso localizado na cidade de Madrid, Espanha, e acompanha a formação da família de santo, os adeptos, clientes, a prática ritualística, em um cenário que inclui barreiras, como adaptações à cultura local, idioma, ampliação da rede de conhecidos, problemas relacionados à obtenção de ambiente para criação do terreiro, a condição de migrante etc. Importa compreender em que condições se constitui uma estrutura de pessoas, lugares e crenças que possibilita a construção da nova comunidade religiosa.


sábado, 6 de maio de 2023

Novo livro a caminho

 


 

Egbé: ancestralidades, articulações e patrimônio, é o título do nosso novo livro, que está a caminho. 

O livro é fruto do trabalho de orientação de pesquisas realizadas na pós-graduação e com as parcerias dos terreiros Axé Ilê Bogunder Idágum J’ajá (Mãe Lúcia de Nanã), Centro Espírita de Umbanda Pombagira Rainha (Pai Igor Fernandes), Centro Humilde de Caridade São Lázaro (Mãe Nilza Barroso), Ilê Asé Dajó Ìya Omí Sàbá (Babá Noamã Pinheiro), Ilê Axé Afinká, Terreiro da Prata (Pai Jorge de Oxaguian), Ilê Axé Omim Oxum Agemum (Pai Zé Maria d’Oxum), Ilê Ogum Oiá Axé Odara (Pai Walter Egea), Terreiro de Jurema Mestre Benedito Fumaça (Pai Freitas) e dos coletivos culturais Coco Juremado RN “As Flechas” (Mestre Gilvan Aiquoc), Coco de Rosa (Mestre Ranah Duarte), Folia de Rua Potiguar (Mestre Jorge Negão), Grupo Pau e Lata (Mestre Danúbio Gomes) e Nação Zamberacatu (Mestre Kleber Moreira). 

A publicação reúne textos de pesquisadores pós-graduados – entre os quais religiosos (babalorixá, juremeiro, ogã, yawó, abiã) –, com formação e atuação nas Ciências Sociais, que produzem conhecimentos sobre temas ligados às religiões afro-brasileiras na cidade do Natal e Região Metropolitana. A intenção foi produzir uma publicação com registro das experiências etnográficas e as reflexões possíveis desses encontros, procurando abarcar as concepções ritualísticas e suas práticas cotidianas, a trama dos conflitos e negociações, a agência dos diferentes sujeitos, as relações políticas constituídas, as questões referentes à intolerância religiosa, a produção do patrimônio arquitetônico religioso, as expressões simbólicas religiosas nas festas, danças, no corpo em performance. 

Participam do livro as/os pesquisadoras/es: Kallile Sacha da Silva Araújo (PPGCS/UFRN), Eloyza Tolentino Soares (PPGAS/UFRN), Karolyny Alves Teixeira de Souza (PPGCS/UFRN), Maria Rita de Lima Assunção (EAAD/UMINHO-Lab2PT), Patrício Carneiro Araújo (UNILAB), José Roberto Oliveira dos Santos (PPGCS/UFRN/IFRN), João Batista Figueredo de Oliveira (PPGCS/UFRN/UNINASSAU), Felipe da Silva Nunes (PPGAS/UFRN) e Lorran Lima de Almeida (PPGCS/UFRN).

Arquivo Afro-Religioso

  Projeto de pesquisa e extensão do Grupo de Estudos Culturas Populares e Religiosidades (Departamento de Antropologia/PPGAS/UFRN), Grupo de...