O caboclo, entidade espiritual presente na Umbanda e no culto da Jurema, remete à idéia do índio colonizado, envolvido com a sociedade branca dominante e como o resultado do entrecruzamento de diferentes etnias. Pertence a um universo de referência muito amplo, que inclui o caboclo índio flecheiro, o caboclo feiticeiro e as índias tapuias.
A diversidade de tipos de caboclos está representada nos pontos cantados. Existem os caboclos que são identificados pela cor da pena, como Pena Branca, Vermelha, Preta. Existem caboclos que são identificados por sua origem tupi ou tapuia. Alguns pontos fazem referência ao rei dos índios.
Na Jurema, os caboclos são associados às representações da natureza, como ervas, raízes, folhas, correspondendo para cada caboclo um tipo de erva. Eles são os primeiros a serem chamados nas giras e mesas de Jurema.
O mês de janeiro é consagrado a caboclo e toda casa que cultua Jurema realiza um toque, conhecido como festa de caboclo, em que se canta para estas entidades e, em especial, aquelas que têm assentamento no terreiro. No salão principal do terreiro um altar é arrumado com imagens dos caboclos cultuados, ao lado de recipientes contendo mel, vinho, além de muitas frutas, completam os arranjos. Durante o toque, o mel e o vinho são distribuídos, mas o ponto alto do ritual é quando as entidades vão saborear as diversas frutas postas no altar e as compartilham com os presentes, compondo um grande banquete em que toda a comunidade religiosa é participante.
Caboclo
Pega a tua flecha
Pega o teu badoque
O galo já cantou
O galo já cantou
Na Aruanda
Oxalá te chama
Para a tua aldeia
Okey caboclo!
Apresentamos a seguir algumas fotografias feitas em festa de caboclo nos terreiros: Centro Espírita Oxum Opará (Natal/RN, 2010) e Centro Senhor Oxosse (Juazeiro do Norte/CE, 1998).
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