No dia 29/11 foi aberto ao público o Memorial Mãe Betinha, uma iniciativa do Pólo de Saúde e Saberes Afro Brasil que homenageia a falecida ialorixá Elizabeth de França Ferreira no dia que marca seu centenário. O evento que reuniu diversas gerações e nações do Candomblé pernambucano tornou-se muito mais que uma homenagem ao passado, mas uma porta para a articulação de grandes idéias.
Marta Ferreira, filha carnal de mãe Betinha, abriu oficialmente o Memorial ao público. O espaço destinado à exposição é o quarto da mãe de santo quando em período de atividades no terreiro e também onde ela recebia seus filhos de santo e consulentes. Móveis, objetos pessoais e de decoração todos eram pertencentes a ela e foram doados pela família e por alguns filhos de santo, assim como dezenas de fotos de acervos pessoais e colhidas de pesquisas publicadas, reproduzem a aura de simplicidade, beleza e fé deste personagem.
Mãe Betinha - Para o Candomblé, Mãe Betinha representou a resistência da religião à intolerância no período do Estado Novo e a preservação de um formato de culto de origem iorubana, o xangô recifense ou nagô em sessenta e cinco anos de sacerdócio. Em sua atuação à frente da comunidade do Ilê Axé Yemanjá Sabá Abassamí, Mãe Betinha representou liderança, consciência e força na defesa dos direitos e da posição da mulher na sociedade. Seu exemplo ainda vai além da esfera religiosa, quando trouxe para um dos bairros mais populosos e carentes da Região Metropolitana do Recife, Casa Amarela, olhares nacionais e internacionais que transformaram o seu terreiro em uma reconhecida fonte do saber popular.
Memorial Mãe Betinha
Local: Ilê Iyá Ori Axé Ogê Lawô (Rua Jose Rebouças, nº 160, Vasco da Gama)
Visitas individuais ou em grupo, podem ser agendadas através do telefone (81) 9728-4750 (Marcelo Uchôa)
Fonte: http://povodoaxe.blogspot.com; http://cenbrasil.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário