segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mestre Rios Preto

A primeira vez que ouvi falar do mestre Rios Preto foi através de uma moradora da comunidade quilombola do Jatobá, em Patu - RN. No seu relato ela destacava ser este um dos mestres preferidos por Nelci em seus trabalhos de mesa de Jurema: “ela trabalhava com o povo das águas, povo da jurema, caboclo da jurema, mestre Rios Preto”. E ainda cantou alguns fragmentos do seu ponto:


Meu cavalo é roxo e preto

Não se cansa de correr

Quem se monta em meu cavalo

Se arrisca muito a morrer

Abre-te, porta

Abre-te, janela

Abre as ciências

Que eu sigo

Dentro dela

2 comentários:

  1. Muito interessante este resgate.

    Infelizmente a Jurema dia-a-dia perde seu cunho religioso e se entrega a práticas do simples mediunismo; no entanto, ainda resistem algumas entidades que remontam uma memória que vem se perdendo com o passar dos anos.

    Principe do Rio Negro, Mestre do Rio Preto, Principe Negro, são nomenclaturas para designar um mesmo grupo ou egrégora espiritual; pois um espírito Mestre nunca é um, sempre é um grupo unificado por uma forma.

    A raiz destes nomes vem da antiga mitologia indigena onde a Aurora pariu um Rio Verde e um Rio Negro. Alguns retratam este Deus indigena, Mestre Juremeiro e Caboclo Encantado como sendo um Boto, outros como um caboclo mestre; seu assentamento sempre está muito bem ligado com águas e plantas. Seu modo de trabalho é sempre refinado, forte e assertivo.
    Um outro canto:
    Rio Negro, Rio Negro
    Quem foi que foi te buscar
    Eu venho das águas escuras
    Dos encantos do Pará
    Discípulo escuta um recado
    Que trago no meu borná
    Só morre sem a honra
    Quem no mundo faz o mal.

    Salve! Salve a Jurema!

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  2. Meu amigo Dalrivan, adorei toda esta reflexão que vc fez e o melhor é que a gente aprende mais. Vc tem razão sobre o amplo universo da jurema e como algumas coisas são esquecidas. São os mistérios dos encantados. Estava sentido sua falta e fico contente com sua preseça. Forte abraço. Luiz.

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